A redução na demanda interna e o aparecimento de oportunidades para vender aos Estados Unidos, durante os meses posteriores à passagem do furação Katrina, foram os fatores que impulsionaram o crescimento de 24,6% nas exportações da indústria química em 2005 na comparação com 2004, o segundo maior crescimento da história do setor.

No ano passado, foram exportados mais de US$ 7,3 bilhões em produtos químicos, em especial petroquímicos básicos e resinas termoplásticas – isoladamente, a exportação desses insumos subiu 23%, atingindo 1,68 mil toneladas. Até então, o recorde histórico nas vendas externas havia ocorrido em 2003, quando as exportações cresceram 24,4%.

A brecha para exportar para a América do Norte surpreendeu a indústria devido à escassez de matéria-prima nos Estados Unidos, efeito da passagem do Katrina, em setembro passado. O México, importador de insumos norte-americanos, também sentiu as conseqüências do furacão, passando a comprar essa linha de produtos da indústria química brasileira.

Segundo o gerente de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), Renato Endres, os destinos dos produtos nacionais foram: Mercosul (28%), América do Norte (21%), União Européia (16%), América Latina (14%), Ásia (9%). Em volume, as exportações alcançaram 8,4 milhões de toneladas, um aumento de 11,9% ante 2004.

Importações – De acordo com Endres, as importações da indústria química nacional também cresceram. O incremento foi de 5,7%, atingindo US$ 15,3 bilhões. O representante da Abiquim explica que a indústria brasileira tem deficiência em fabricar diversos produtos. “Entre eles estão os intermediários para fertilizantes, medicamentos para uso humano, resinas termoplásticas e resinas PET (para embalagens). Por isso, registramos essa alta nas importações.” Em volume, as importações sofreram redução de 16,1%, totalizando 20,3 milhões de toneladas.

Balança – Esse quadro contribuiu para a redução do déficit na balança comercial do setor. O ano de 2005 registrou um total de R$ 15,3 bilhões de produtos importados e R$ 7,3 bi nas exportações, queda de 0,5% em relação ao ano retrasado. Para 2006, contudo, a expectativa da indústria química é manter o mesmo desempenho apresentado de 2005.