Antigamente, encontrar algum endereço no guia de ruas era uma tarefa complicada. Traçar a rota, era quase impossível. Mas com a chegada do GPS (Global Positioning System), no português, Sistema de Posicionamento Global, tudo mudou. Mesmo com tanta tecnologia, ainda restam dúvidas sobre seu funcionamento.

Carlos Bizetto, gerente de marketing da H-Buster, empresa fabricante de acessórios automotivos, começa explicando o funcionamento do navegador. "O aparelho possui mapas instalados e o software de navegação identifica o sinal do satélite, verificando o local onde o aparelho se encontra. A partir disso, você estabelece destino e delimita rotas".

O navegador é um sistema auxiliar para o motorista. É comum alguns aparelhos ou até a base de dados apresentarem algumas incorreções nos mapas, como sentido das vias ou alterações no tráfego. Segundo Bizetto, isso pode acontecer devido às alterações recentes nesses pontos de tráfego específicos ou até mesmo por falta de atualização do sistema. "É comum a pessoa se irritar quando o aparelho orienta para entrar em alguma rua e, de repente, é contramão. O gerente reconhece que a base de dados não é perfeita e lembra que "o sistema está em constante evolução."

O motorista deve prestar atenção a outro detalhe. Não adianta ter o aparelho e não atualizá-lo. O sistema necessita acompanhar as mudanças em ruas, vias e estradas e, para isso, é fundamental conectá-lo aos serviços da empresa indicada pelo fabricante. É recomendável que a atualização seja feita, no mínimo, duas vezes ao ano.

Segundo Vinicius Gaensly, gerente de produto da Movix, empresa especializada em desensolvimento de tecnologia e mobilidade, o navegador encontra dificuldade para captar o sinal quando o veículo passa por túneis longos, quando transita em local com grande vegetação ou passa por vias com muitos prédios altos. A localização é quase precisa. Varia de acordo com a qualidade do GPS e, no caso de veículos que utilizam o sistema, chega a ter margem de erro de 10 metros.

O GPS também é útil para a segurança no trânsito. Segundo Bizetto e Gaensly, a orientação dada pelo aparelho diminui os riscos de acidentes, pois fala em qual rua virar e quantos metros o condutor terá para fazer a manobra.

FUNÇÕES

Basta verificar os produtos à venda no mercado para perceber que não faltam opções de outros programas e sistemas além do navegador instalado no aparelho. Ver fotos e vídeos é comum, mas há algum tempo empresas investiram em opções de entretenimento, como jogos e até TV.

Bizetto lembra que o mercado apresenta outros produtos que vão além do DVD player e da TV. "O GPS é uma função a mais dentro dos novos aparelhos." Outras funções recentemente incorporadas, ainda na linha de orientação ao condutor, são os aplicativos que mostram o trânsito em tempo real e ainda sugerem vias para escapar do congestionamento, além dos localizadores de radares. Segundo Fernando Silva, gerente de produtos da Pósitron, o aparelho mais moderno traz serviços como pontos de interesse e até imagens de monumentos em 3D.

QUAL ESCOLHER?

Os especialistas orientam os motoristas a comprar produtos de marcas reconhecidas no mercado, que disponibilizem atualizações de mapas. Silva ainda alerta para a segurança que pode ser colocada em risco com produtos contrabandeados, pois podem conter mapas pirateados ou desatualizados.

Conheça a legislação sobre o uso do aparelho

Muitos possuem o aparelho de navegação, mas poucos sabem o que diz a legislação sobre o uso do equipamento dentro dos veículos. A Resolução 242 do Conselho Nacional de Trânsito permite a instalação, desde que tenha caráter provisório.

A legislação define como componente provisório qualquer meio de fixação, ainda que permanente ou provisório, no interior do habitáculo do veículo. Os equipamentos fixos devem ser instalados no para-brisa ou no painel dianteiro, quando o veículo estiver em circulação.

Ao contrário do que vemos nas ruas, a norma proíbe o uso de equipamentos de imagens para entretenimento, exceto quando o veículo não estiver em funcionamento ou quando o aparelho for instalado de maneira que somente os passageiros ocupantes do banco traseiro possam visualizá-lo.

Quem não cumprir a lei pode ser autuado por infração grave, perder cinco pontos na carteira, além de pagar multa no valor de R$ 127,69 e ter o veículo retido até que seja feita a regularização.