Terceira grande escola de formação teatral da região, ao lado da Escola Livre de Teatro de Santo André e da Fundação das Artes de São Caetano, o Centro Livre de Artes Cênicas de São Bernardo abre em 2012 com proposta de juntar dança e teatro em uma mesma formação.

Inaugurada na quinta, com aulas previstas para começar depois do Carnaval - e inscrições abertas a partir de hoje - , a escola absorverá 200 alunos por período e terá curso de três anos, além de oficinas e aulas livres.

O espaço, que abriga o Teatro Abílio Pereira de Almeida, foi todo reformulado para funcionar como centro de ensino. Ciclo de debates (confira abaixo a programação), de hoje à sexta, é o pontapé inicial.

O esboço do projeto pedagógico é o mesmo da Escola Livre de Teatro de Santo André. O ensino, mais horizontal, dá liberdade para professores e alunos buscarem, dentro do processo de aprendizagem, as condições que consideram ideais experimentar. "O centro terá matérias básicas, mas todos terão também liberdade de escolha que obedece suas experiências e os seus desejos de explorar nas duas artes", diz o secretário-adjunto de Cultura Osvaldo de Oliveira Neto.

O diferencial será a dança. "O trabalho vai ser com a expressão corporal voltada para dança e para a interpretação teatral. Em algum momento, o aluno vai poder escolher em qual área ele pretende se especializar. A intenção é oferecer possibilidades para que cada pessoa que passe pelo espaço tenha formação artística completa. Oficinas, por exemplo de circo, vão completar o quadro de ensino."

Ainda não há diretores ou professores contratados. Todos serão selecionados a partir de edital, que está aberto desde sexta, disponível no site www.saobernardo.sp.gov.br/CF. "O edital dará oportunidade de revelarmos e conhecermos novos artistas, além de possibilitar sairmos do óbvio. Na região, temos doutorados em artes cênicas e pessoas que têm qualidade artística para compor o projeto."

INTERCÂMBIO
Com inauguração prevista para abril, o Centro Livre de Audiovisual manterá contato próximo com o de artes cênicas, com aprendizes de teatro e dança montando projetos ao lado de estudantes de cinema.

Além, há ideia de que o Centro Livre de Artes Cênicas sirva para o aluno, mesmo depois de ele terminar o curso, como espaço fomentador de projetos que sirvam à cidade. "O nosso interesse é que, acabou a formação, o artista continue no centro e monte um projeto, com orientação, espaço de ensaio e busca de captação de recursos. É bom para que ele fique na cidade e seja o elo de transmissão de conhecimento para outros artistas, estudantes e cidadãos", completa Neto.  

Espaço oferece debates  

A partir de hoje, e até sexta, o Centro Livre de Artes Cênicas (Praça Cônego Lázaro Equini, 240, São Bernardo. Tel.: 4125-0582) apresenta debates. Os encontros, com entrada franca, acontecem sempre às 19h.
A discussão de hoje, com participação da atriz e diretora Tiche Viana e da atriz, socióloga e arte-educadora Renata Moré será sobre a linguagem teatral e as possibilidades deste gênero para grupos, artistas e público.

Amanhã, a dança ganha o mesmo foco em debate com o diretor de teatro e de dança Carlos Martins e a especialista em dança contemporânea Miriam Matsuda.

Na quarta, o tema será Um Convite do Teatro para a Dança, que relatará experiências de pessoas que utilizaram processos pedagógicos e artísticos do teatro na área da dança. Como convidados a diretora do Projeto Estúdio Nova Dança, Cristiane Paoli Quito e o encenador Chiquinho Medeiros.

O jogo inverte na quinta e a dança convida o teatro a aprender com ela em mesa composta por Miriam Matsuda e o ator e dançarino Caio Augusto Paduan.
O encontro de sexta será para conversar sobre a experiência da ONG Consorte, que fomenta a produção de artes cênicas na cidade.

Iniciativa:
O projeto, enquanto está no papel, mostra que o Centro Livre de Artes Cênicas de São Bernardo pode ser um sonho para os futuros artistas. A proposta de mesclar dança e teatro, ao mesmo tempo que representa um desafio, marca o início de um debate que só será agregador.

A esperança e o desejo é que o espaço viva seus primeiros anos dourados servindo de exemplo contra ações que descontinuam as propostas e estragam os processos de um dos outros espaços de formação teatral da região.