Ribeirão Pires começa o ano pagando pelos reflexos da crise econômica mundial. Ontem, o prefeito empossado Clóvis Volpi (PV) anunciou o corte de R$ 8 milhões em investimentos no município. O dinheiro contingenciado é parte dos R$ 130,8 milhões do orçamento da cidade para 2009 e ficará reservado para dar conta de gastos essenciais, sobretudo a folha de pagamento de funcionários públicos.

"A lição que eu transmitiria para os outros prefeitos é a de contingenciar 8% a 10% dos recursos até o começo de 2010, quando acredito que estaremos recuperados (da crise)", sugeriu Volpi.

Na prática, somente as obras que estão em andamento serão continuadas, casos da nova rodoviária central, da pavimentação de ruas em Ouro Fino, do complexo hospitalar e da construção de um Centro de Zoonoses.

Intervenções contidas no plano de governo que dependam exclusivamente de verba municipal só deverão sair do papel no próximo ano.

A contenção de gastos afetará ainda o Festival do Chocolate, tradicional evento da cidade e um dos principais chamarizes de público para a estância turística.

Para Volpi, uma festa mais modesta não atrapalhará a expansão do turismo em Ribeirão Pires. "A festa expandiu muito. Ela pode se manter sem crescer este ano", garante o prefeito.

A cerimônia de posse serviu ainda para que Volpi escolhesse o vereador Gerson Constantino (PV) como líder do governo na Câmara. O discurso bem articulado do parlamentar durante a solenidade convenceu o líder do Executivo a confiar a função ao correligionário.

FUTURO
"Acho que meu ciclo termina aqui", disse Volpi. "Estamos aí com jovens vereadores que estão sendo preparados para um futuro na política, mas ainda não temos um nome (para seu sucessor)", completou.

O vice Edinaldo de Menezes (PPS), nome mais cogitado para a sucessão, saiu pela tangente. "Ainda não faz parte dos meus planos pensar em 2012."

Sem surpresas, Câmara será presidida pelo vereador Banha

Em um jogo de cartas marcadas, a mesa diretora da Câmara de Ribeirão Pires foi escolhida ontem pelos 11 vereadores empossados.

Sem muita discussão prévia, os parlamentares decidiram eleger a única chapa estabelecida pelos vereadores Edson Savietto, o Banha (PDT), que foi eleito presidente da Casa; Arnaldo Sapateiro (PSB), vice-presidente, Antonio Muraki (PTB); primeiro secretário; Diva do Posto (PR); segunda secretária e Koiti Takaki (PV), terceiro secretário.

"Existiu um debate, mas essa eleição de 2008 foi atípica, pois a situação preencheu as 11 cadeiras dessa Casa, não existe oposição. Entendo que o mais importante para o partido é ter o apoio total da Câmara e não apenas a cabeça (a presidência do Legislativo)", apontou o vereador Saulo Benevides, que foi presidente da Câmara no primeiro mandato do prefeito Clóvis Volpi.

Banha disse que o cargo chegou a ser visado por Antonio Muraki que desistiu no meio do caminho. "Conversamos e por bem decidiu-se que eu ficaria", contou Banha, que teve apoio de Volpi.

"Não termos oposição não vai prejudicar os trabalhos", sustentou o vereador mais votado da cidade, João Lessa, que angariou 1.578 votos.

A única representante feminina na Câmara nesta legislatura, Diva de Souza Bartolo, a Diva do Posto, disse ter se oferecido para ocupar um dos cargos da Câmara. "Acho que poderei ajudar mais ainda tendo também esta função", enfatizou a vereadora notadamente uma das mais populares entre os que se elegeram para o mandato até 2012.

Ontem, o prefeito Clóvis Volpi aproveitou para anunciar seu filho, Guto Volpi, como novo secretário de Esportes da cidade. A Subprefeitura de Ouro Fino também foi divulgada e ficará a cargo do primeiro suplente da Câmara, Hércules Nunes Giarola (DEM).