Pelo menos 182 câmeras de Segurança instaladas em 43 creches e escolas municipais de Mauá foram desligadas no início deste mês após a administração municipal, chefiada pelo prefeito Atila Jacomussi (PSB), encerrar o contrato com a empresa responsável pela operação dos equipamentos.

As câmeras de vigilância, que eram operadas em central de monitoramento instalada na sede da GCM (Guarda Civil Municipal) da cidade, no bairro Zaíra, foram desativadas há cerca de dez dias após funcionários da empresa Citram Serviços, Assessoria e Consultoria Ltda, responsável pelo serviço, serem informados sobre o rompimento do contrato.

O fim do acordo, ainda não oficializado junto aos diretores das instituições de ensino, ocorre em meio à grave crise enfrentada pela Segurança da cidade, acentuada nos últimos meses com a retirada de veículos da GCM de circulação por falta de pagamento (leia mais ao lado).

Assinado em julho do ano passado pelo secretário de Educação Fernando Coppola, o Xuxa, o contrato para operação da central de monitoramento, orçado em R$ 2,7 milhões, tinha vigência de 12 meses. Porém, conforme apurado pelo Diário, este prazo foi prorrogado de maneira informal, e consensual, entre a Prefeitura e a empresa nos últimos cinco meses. O compromisso era o de que o contrato seria aditado, o que não ocorreu.

Ao todo, 15 funcionários que atuavam em turnos revezados abandonaram as instalações da central, deixando o espaço inativo (veja foto em destaque). Sem sede física em São Paulo, a Citram Serviços, Assessoria e Consultoria Ltda, de Minas Gerais, realizou as rescisões trabalhistas na sede da GCM mauaense, na quarta-feira. A equipe do Diário tentou contato com representantes da empresa, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Surpreendidos com o fim do monitoramento das escolas municipais, mães de alunos e funcionários temem por atos de vandalismo nas unidades. Entre março e junho, pelo menos dois casos já foram denunciados pelo Diário na cidade.

“Vão colocar em risco a vida de muitas crianças. Sinceramente, sem as câmeras, qual segurança temos em deixar eles aqui?”, questiona a recepcionista Luane Martins, 27 anos, que tem dois sobrinhos na rede municipal da cidade.

As unidades educacionais já enfrentam, inclusive, furto de equipamentos. Ontem, a equipe do Diário observou ausência de equipamentos em pelo menos duas escolas municipais: Nathércia Ferreira Perrella e Lucinda Petigrossi Castabelli, ambas no Jardim Zaíra.

A equipe do Diário não obteve retorno da Prefeitura sobre o problema até o fechamento desta edição.

Prefeitura atrasa pagamento de locação e perde frota de veículos

A grave crise enfrentada pelo sistema de Segurança Pública de Mauá teve, neste mês, novos prejuízos à população da cidade. Contratada para realizar a locação de oito motocicletas para a GCM (Guarda Civil Municipal) da cidade, a R&L Construtora e Comércio Ltda retirou, na última semana, todos os veículos locados ao município sob a alegação de falta de pagamento.

Com a medida, a cidade, que desde agosto já não contava com sete viaturas da guarda municipal – também retiradas por dívidas –, passa a ter apenas 15 veículos para realizar rondas policiais, sendo dez deles emprestados pela Prefeitura de São Bernardo.

Conforme apurado pelo Diário, com a frota reduzida, alguns agentes da corporação estão sendo submetidos a rotina de trabalho interno, sem atividades de ronda, enquanto outros guardas foram direcionados para realizar patrulhamentos no Centro da cidade. Procurada para comentar o assunto, a Prefeitura de Mauá não se manifestou até o fechamento desta edição.