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Memorial faz homenagem a Niemeyer
Por Sara Saar
Do Diário do Grande ABC
11/01/2011 | 07:00
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Divulgação


Famosa escultura do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, a 'Mão' ganha novos significados poéticos na exposição internacional 'Mão da América', que abarca 48 releituras em tamanho reduzido, criadas por nomes brasileiros e artistas oriundos de outros países, casos de Chile, Argentina, Peru e Venezuela.

Em abertura amanhã, no Memorial da América Latina, em São Paulo, a mostra faz homenagem criativa ao arquiteto, inventor de realidades urbanas, que completou 103 anos em dezembro.

Entre os exemplares do acervo, podem ser conferidas a mão que revela o sonho de união da América Latina (autoria de Betty Buarque) e a mão da 'Construção', do conhecido Elifas Andreato.

Os artistas convidados, na maioria com alguma passagem pelo Memorial, foram estimulados a construir outras interpretações poéticas a partir de reflexão sobre a escultura original, símbolo do complexo cultural paulistano.

Além de Betty Duarte e Elifas Andreato, listam entre os criadores nomes como Pablo Caruso, Elza Carvalho, Jaime Prades, Nora Chernajovsky (Argentina) e Juan Muzzi (Uruguai).

COW PARADE
Com a multiplicação das mãos, a mostra lembra a exposição das vaquinhas simpáticas que deram muitas cores à Capital, no ano passado. Porém, ao contrário do fenômeno da arte de rua 'Cow Parade', no qual diversos artistas desenvolveram propostas criativas para uma mesma base e as espalharam pela cidade, a 'Mão da América' concentrará todas as obras na Galeria Marta Traba, que tem as atividades de 2011 iniciadas juntamente com a abertura da mostra.

A INSPIRAÇÃO
Da obra 'Mão', que carrega na palma um mapa da América Latina em vermelho, escorre o continente como se estivesse se esvaindo em sangue. Essa representação se vincula ao livro 'As Veias Abertas da América Latina', de Eduardo Galeano.

Na publicação, o escritor narra a história da exploração latino-americana enquanto evidencia quanto sangue a América já perdeu em decorrência de vitórias dos países dominantes, do início da colonização até os últimos processos industrializadores.

Em material de divulgação, Oscar Niemeyer declara: "Suor, sangue e pobreza marcaram a história desta América Latina tão desarticulada e oprimida". E completa: "Agora urge reajustá-la em um monobloco intocável, capaz de fazê-la independente e feliz". Símbolo dessa vontade, a escultura 'Mão' - agora multiplicada - proporciona horas de reflexão e fruição estética.

Mão da América - Homenagem a Niemeyer - Exposição. No Memorial da América Latina (Galeria Marta Traba, portões 1, 5 e 6) - Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664, São Paulo. Tel.: 3823-4708. Abre amanhã, às 9h. Visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 18h. Entrada gratuita. Até 12 de fevereiro.




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