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Barreira a veículos argentinos atinge brasileiras
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
14/05/2011 | 07:30
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André Henrique/DGABC


A adoção, por parte do governo brasileiro, da liberação não automática de automóveis importados da Argentina vai exigir das montadoras reprogramação de seu fluxo de encomendas e da colocação desses produtos no mercado nacional. Essa é a avaliação da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, que prevê demora na passagem de veículos pela alfândega. A entidade informa que ainda não é possível mensurar o impacto da medida para o setor.

Nesta semana, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, decidiu que os carros prontos ficarão sujeitos a processo de análise que pode demorar até 60 dias para aprovação. A intenção, embora não admitida pelo governo, é de retaliação, pela adoção de prática semelhante na entrada de produtos brasileiros na Argentina.

Haverá impacto para as montadoras nacionais já que as empresas têm forte relação comercial com o país vizinho. Isso por causa do acordo do Mercosul, por meio do qual não é cobrada tarifa de importação nem para produtos argentinos que ingressam no Brasil nem para os itens brasileiros enviados ao país vizinho. Do total de exportações de veículos em 2010, 62% são destinados à Argentina, e dos carros importados, 53% são feitos por nossos hermanos.

No Grande ABC, a balança pende mais para o produto feito aqui. Em São Bernardo, por exemplo, (onde há fábricas da Volkswagen e da Ford) as vendas totais para aquele mercado representam 42% da receita obtida pelo município. Já os itens fabricados lá representam 9% do que é importado.

OUTROS PAÍSES - Como o governo brasileiro não pode adotar a licença não automática para um só país, por causa das normas da Organização Mundial do Comércio, a medida se estende para todos os veículos importados. E isso causou indignação da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores, entidade que representa 30 marcas internacionais de veículos.

A associação concorda com a aplicação de liberação não automática para a Argentina, mas discorda da extensão da medida para veículos de outros países. O presidente da Abeiva, José Luiz Gandini, lembra que os importadores já pagam 35% de alíquota de importação.

Além disso, essas empresas recolherão, neste ano, mais de R$ 5 bilhões em impostos. As importadoras, nos primeiros quatro meses, comercializaram 51.698 unidades, o que representa 4,92% do mercado total interno. Os restantes 79,85% são importados por montadoras nacionais. Modelos como o Agile, da GM, e o Spacefox, da Volkswagen, por exemplo, são trazidos do país vizinho.




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