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Renda da Grande
São Paulo sobe menos

Remuneração média do trabalhador, a preços de novembro,
elevou apenas 3% em 9 anos; no País, aumento foi de 10%

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
29/12/2011 | 07:12
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A remuneração média dos trabalhadores da Grande São Paulo teve um dos menores incrementos de poder de compra, no País, dos últimos nove anos. Com média de R$ 1.723,60, a renda dos empregados formais teve expansão de poder aquisitivo entre novembro de 2002 e o mês passado de 3,58%. No Brasil, o aumento médio foi de 10% no mesmo período.

O mercado de trabalho e a economia mais desenvolvidos do que a média nacional são uns dos fatores que contribuem para o resultado baixo. Isso porque diminui a margem para o crescimento real da renda. No entanto, o professor de Macroeconomia e História do Pensamento Econômico Vladimir Sipriano, que ministra aulas na Fundação Santo André, avaliou que mesmo com a característica heterogênea da Grande São Paulo, o resultado não é positivo. “Crescimento de 3% no poder aquisitivo, em nove anos, é baixo.”

O poder de compra é a capacidade que determinada renda tem para pagar por produtos. Em novembro 2002, o salário médio do trabalhador da Região Metropolitana era de R$ 1.663,99, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O valor está inflacionado com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor da época até o mês passado. Como já há inflação, é possível calcular a variação do poder aquisitivo, que para R$ 1.723,60 de novembro, foi de alta de 3,58%.

Monetariamente essa expansão representa R$ 59,61 a preços de hoje. Portanto, o aumento da renda média do trabalhador da Grande São Paulo compra apenas R$ 59,61 a mais do que há nove anos.

A região metropolitana de Salvador (BA) teve a maior expansão do poder de compra registrada pelo IBGE. A alta atingiu 32,4% entre novembro de 2002 e o mês passado. Há nove anos, o trabalhador soteropolitano recebia em média R$ 1.086,88 a preços de hoje. No mês passado, o valor estava R$ 1.436,60, aumento de R$ 352,72.

Sipriano apresentou duas hipóteses que também podem explicar o baixo crescimento do poder aquisitivo da renda média do trabalhador da Grande São Paulo. “Geralmente você terá um rendimento médio crescendo um pouco menos se a produtividade do trabalho não tiver subido tanto. Ou o crescimento econômico da região talvez não tenha sido grande”, explicou.

Porém, Sipriano destacou que o Grande ABC, que está incluído na Região Metropolitana e puxa o resultado para cima por causa dos salários da indústria, e a Capital, que tem remunerações dos serviços também impulsionando a média, não foram suficientes. “Você tem várias características de trabalho (nos 39 municípios da Grande São Paulo), é um conjunto bastante heterogêneo”, destacou.

 




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