O apagão que atingiu a região Sudeste, além de Estados do Sul e Centro-Oeste do País, também afetou a região na tarde de ontem. Bairros de Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema ficaram no escuro por até uma hora. A situação foi normalizada por volta das 16h. O blecaute ocorreu depois que o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) determinou que as distribuidoras reduzissem o fornecimento de energia. A AES Eletropaulo informou que cortou mais de 700 megawatts de carga após o pedido.

Em São Bernardo, a interrupção provocou a paralisação do teleférico do parque Cidade da Criança. A coordenadora de recursos humanos Débora Arizza, 43 anos, estava no brinquedo com a filha, 3, quando o equipamento deixou de funcionar. Ela diz ter aguardado por 20 minutos até que a atração fosse novamente ligada e ela conseguisse descer. “Os funcionários não deram nenhuma assistência. Estávamos todos desesperados, principalmente as crianças”, lembra. Ela afirma que em nenhum momento foi informada sobre o que acontecia naquele momento. “Apenas nos deram um passaporte de retorno, como compensação.”

A Prefeitura garante, entretanto, que, após a queda de energia, um dos dois geradores do parque “foi prontamente ligado para a retirada em segurança das cinco pessoas que estavam no equipamento”, e salienta que os operadores são “devidamente treinados” para executar a atividade. Em janeiro do ano passado, o teleférico do Parque Estoril, também em São Bernardo, deixou de funcionar após ser atingido por um raio. Desde então, a atração está fechada.

Na Capital, o blecaute provocou o fechamento de duas estações da Linha 4-Amarela do metrô, operada pela concessionária ViaQuatro. As paradas Luz e República ficaram inoperantes entre 15h e 16h29. No mesmo período, o trecho entre as estações Luz e Paulista funcionou com velocidade reduzida e maior intervalo. A Linha 11-Coral (Luz-Estudantes) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) também foi afetada.

O ONS informou que “a partir das 14h55, mesmo com folga de geração no SIN (Sistema Interligado Nacional), restrições na transferência de energia das Regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, aliadas à elevação da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica.” O órgão disse que, na sequência, ocorreu a “perda de unidades geradoras” em usinas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, totalizando 2.200 megawatts. “Com isso, a frequência caiu a valores da ordem de 59 Hz, quando o normal é 60 Hz”.

Para restabelecer a frequência elétrica às suas condições normais, o ONS adotou “medidas operativas” em conjunto com as distribuidoras das regiões afetadas. O operador garante, entretanto, que as ações impactaram “menos de 5% da carga do sistema”.