Política Titulo Críticas
Devolução gera desgaste a Araújo

Presidente da Câmara economiza R$ 7 milhões, mas admite sucateamento

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
16/12/2011 | 07:01
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Repetindo a gestão de Sargento Juliano (PMDB) à frente da presidência da Câmara de Santo André, o primeiro exercício de José de Araújo (PMDB) na direção está ocasionando desgaste político com os demais vereadores. A devolução estimada de aproximadamente R$ 7 milhões aos cofres públicos, sobretudo com o reconhecimento de Araújo em relação ao sucateamento dos serviços da Casa, tem causado duras críticas.

A justificativa para a economia não foi bem digerida pelos colegas. O presidente alegou que a indefinição referente ao aumento do número de cadeiras amarrou as inovações que estavam programadas, como a reforma de todo o sistema hidráulico, elétrico e de combate a incêndios - Santo André rejeitou o acréscimo de seis vereadores.

Tiago Nogueira (PT) sustentou que o investimento em modernização resulta na eficiência da prestação dos serviços, enfatizando que o sistema atual da Câmara é arcaico. "Parece que estamos no tempo da pedra. O próprio Araújo admitiu que está saturado. Além disso, alguns investimentos geram economia", disse, frisando que atualmente "não ter internet sem fio é inimaginável".

Citando que a restituição é tradição da Casa, segundo o líder do PT, Antonio Leite, Araújo é conservador em demasia. O petista disse que a legenda defende a economia, porém que o aperfeiçoamento dos serviços deveria entrar na linha de atuação da presidência.

"Poderia ser mais ousado, melhorar os equipamentos. Ele tinha recursos e não fez porque não quis." Leite elegeu as deficiências na área de informática como principal problema. "Não dá para instalar um outro computador que o sistema não comporta."

Nos anos em que Juliano presidiu a Câmara (2009 e 2010), o peemedebista administrou R$ 71,6 milhões. Devolveu, ao todo, R$ 13 milhões. Se por um lado a economia lhe assegurou um recorde, do outro lhe conferiu muita dor de cabeça.

Em 2010, a devolução serviu para que a administração Aidan Ravin (PTB) comprasse o terreno da Rhodia e doar ao governo do Estado para a implantação de uma unidade do Poupatempo. "Não vejo problema (na restituição). Nossa função agora é fiscalizar o uso desse dinheiro. Esperamos que seja utilizado, por exemplo, na ampliação do Centro Hospitalar Municipal, que custa cerca de R$ 20 milhões", defendeu Marcelo Chehade (PSDB).




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