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Chipkevitch falsificava receitas médicas para comprar sedativo
Do Diário OnLine
03/04/2002 | 00:12
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O pediatra e psicoterapeuta Eugênio Chipkevitch, acusado de abusar sexualmente de seus pacientes, falsificava receituários médicos para comprar o pré-anestésico Dormonid, que usava para sedar adolescentes antes de cometer o crime.

Nesta terça-feira, a Vigilância Sanitária interditou a distribuidora remédios HMED, no Jardim da Saúde, zona Sul da capital paulista. Policiais do 51º Distrito Policial, no Butantã, encontraram no local, que tinha uma farmácia como fachada, receitas do pediatra. Mas a empresa tinha autorização para vender o medicamento somente para hospitais.

Segundo o delegado Virgílio Guerreiro Neto, o médico falsificava receituários da Vigilância desde 1994. A compra era feita com nome de pacientes, inclusive de mulheres, nunca atendidos por ele.

No local também foram apreendidos seis receitas de 2001 com números falsos, além de notas fiscais frias emitidas no nome da secretária do pediatra, Regina Célia Brasil Corrêa. Os receituários falsificados eram fornecidos pela Gráfica Odonto Lord, cujo proprietário foi preso.

Chipkevitch pode ser indiciado por falsidade ideológica e por tráfico de entorpecentes por ministrar ilegalmente remédio que causa dependência.

Ele foi preso no dia 21 de março depois da divulgação por emissoras de TV de fitas de vídeo em que ele aparece cometendo o crime. O médico está detido no 13º DP, na Casa Verde.

Depoimentos - O delegado Virgílio Guerreiro Neto está ouvindo adolescentes e pais dos menores que possivelmente sofreram abuso de Chipkevitch. foram identificados por meio de prontuários encontrados no consultório do médico, que funcionava no Brooklin, zona Sul de São Paulo.

Ele tem ido à casa dos pacientes para evitar que eles passem por constrangimentos. A esposa de Chipkevitch, Maria Inês Mendonça, deverá depor na quarta-feira, às 11h.

A defesa do médico vai entrar com um pedido para que o caso corra em sigilo de Justiça. O advogado Paulo Sérgio Leite Fernandes afirma que a intenção é preservar familiares do pediatra e os menores envolvidos no caso.

Na segunda-feira, as 37 fitas em que o médico aparece molestando crianças e adolescentes foram entregues ao Instituto de Criminalística (IC), onde passarão por uma perícia.




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