Objeto de desejo dos bem-sucedidos que fazem questão de status, luxo e requinte, os automóveis da Audi têm ultimamente aguçado a ambição dos aficionados por esportivos de alto desempenho. E após o desembarque de S3, RS6, TTS e R8, é chegada a hora do S6 acelerar em solo brasileiro.

A convite da montadora alemã, avaliamos por mais de 400 quilômetros a versão sedã, que custa R$ 399 mil. A opção Avant (perua) também está disponível por R$ 414,3 mil.

O primeiro contato com o scharf (apimentado, em alemão) pede respeito. Apesar do estilo executivo - design com linhas sóbrias, mas modernas -, sob o capô pulsa o motor 5.2 V10 de 435 cv e 55,06 mkgf de torque. Estamos falando do mesmo coração que palpita no Lamborghini Gallardo.

Partimos rumo a Leme (SP). Pelas vias paulistanas, a suspensão rígida dá as boas vindas. Nada de maciez. Aqui, desempenho e prazer ao volante estão em primeiro lugar. Quer os benefícios do Audi Drive Select, que permite modificar a configuração do carro (direção, câmbio, motor e suspensão) em Comfort, Normal e Dynamic? Desculpe, o S6 não é para você!

Caímos na Rodovia dos Bandeirantes. Nos primeiros metros, com o pé direito coçando, carcamos o acelerador no assoalho. A transmissão automática sequencial Tiptronic de seis velocidades (sem dupla embreagem) rapidamente reduz de sexta para quarta, o sistema de injeção direta FSI mostra eficiência e o propulsor despeja potência. A tração integral Quattro trata de manter o bólido no trilho, com auxílio das rodas de liga leve aro 19 e o controle de estabilidade.

Ao ronco instigante do motor - que tem nos escapamentos espécies de alto-falantes - pulamos de 90 km/h para os... Deixa prá lá! Informo apenas que o S6 vai de 0 a 100 km/h em 5,2 segundos e atinge os 250 km/h de velocidade máxima, limitada eletronicamente.

Os bancos dianteiros em concha - tipo competição - e os leitores do painel de instrumentos (velocímetro e conta-giros) em formato de gotas complementam a esportividade. O volante multifuncional com paddle shift na coluna poderia ter a base achatada como o RS6. Um porém em meio a inúmeras qualidades.

PIT STOP
Hora de abandonar o comando do foguete e curtir o passeio. No banco traseiro, reconheço o bom acabamento interno que mescla couro, plástico emborrachado e peças de alumínio escovado. Tudo muito bem encaixado.

O espaço também é ideal. Estamos em um sedã de 4,93 metros de comprimento - 2,84 m de distância entre eixos. Porta-malas não falta. São 546 litros.

E apesar do desempenho acima da média, o S6 consegue ser afável com os ocupantes, oferecendo boa lista de itens de série: ar-condicionado de duas zonas, computador de bordo com display colorido e tela de 6,5 polegadas MMI (Multi Media Interface), sistema de som com dez alto-falantes, sensores de luminosidade e de chuva, teto solar, bancos e coluna de direção com ajustes elétricos, sensor de estacionamento, direção elétrica, faróis bi-xenonio, controlador de velocidade e air bags.

Após 200 quilômetros de asfalto, o estômago ronca mais que os dez cilindros do S6. Paramos no Rancho Empyreo (casa dos deuses, em grego), restaurante de proprietários suíços. Escolhemos filet a Chateubriant - batatas fritas, filet mignon e molho de champignon. Sobremesa, torta de maçã com sorvete de creme.

O relógio marca 20h. Assumimos novamente o controle do S6. Preguiça de voltar? Nenhuma! É um prazer acelerar meros 435 cv.

Números

MOTOR
5.2 V10 a gasolina

TORQUE
55,06 mkgf entre 3.000 rpm e 4.000 rpm

POTÊNCIA
435 cv a 6.800 rpm

VELOCIDADE MÁXIMA
250 km/h*

ACELERAÇÃO DE 0 A 100 KM/H
5,2 segundos

TRANSMISSÃO
Automática sequencial Tiptronic de seis velocidades

COMPRIMENTO
4,93 metros

CONSUMO COMBINADO
12,6 km/l