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PSDB manobra para atingir cota feminina

Coordenação regional lança 4 candidatas sem peso eleitoral apenas para cumprir percentual exigido

Fábio MartinsDo Diário do Grande ABC
24/08/2014 | 07:05
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Na tentativa de driblar a legislação, o PSDB do Grande ABC lançou candidaturas sem expressão político-eleitoral aos cargos de deputado estadual e federal para atingir a cota obrigatória de gênero. Com a manobra executada apenas para fechar lista de mulheres, o tucanato registrou os nomes de Tita Moreira (Mauá) e Dolores Gomes (Santo André) para concorrer a cadeira na Assembleia Legislativa e Rosemeri Supplizi e Ana Brisotti, ambas filiadas ao diretório andreense, na briga por assento na Câmara Federal.

A lei eleitoral determina a partidos e coligações a preencher mínimo de 30% das vagas indicadas para as eleições proporcionais com representantes do sexo feminino. Em contrapartida, a aposta em quadros sem potencial de voto ao páreo de outubro tem baixa influência sobre o aspecto central da medida. A exigência legal tem como objetivo aumentar percentual de mulheres na política sob risco de sofrer impugnação das chapas que não cumprirem as cotas. Atualmente, a participação feminina na Câmara Federal, por exemplo, alcança somente 9%.

Por conta do impasse, a PRE-SP (Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo) protocolou, na Justiça Eleitoral, representação contra o PSDB. O órgão entrou com recurso no caso da coligação, encabeçada pelo tucanato, que já havia obtido o deferimento do registro pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral), em razão do percentual de 29,82% (51 nomes) de mulheres concorrendo a estadual. Devido ao problema indicado, a coligação fez a adequação, elencando ‘desconhecidas’. Em alguns casos, candidatas só para constar no rol, sem efetiva campanha.

O projeto do PSDB sustentado com força política há 20 anos no governo do Estado não se reflete na região. Na última eleição, a sigla fracassou nas urnas. Dentro do campo majoritário das sete cidades, os tucanos apenas confirmaram o favoritismo em Rio Grande da Serra, menor município do Grande ABC, com Gabriel Maranhão. Devido ao enfraquecimento, o partido viu em papel de coadjuvante o crescimento do PT (detentor do poder em Santo André, São Bernardo e Mauá).

Às Câmaras, somente oito vereadores foram eleitos em universo de 142 cadeiras. Esse processo de esfacelamento do partido tem resultado em falta de lideranças e desfiliação em massa. Santo André é exemplo negativo: pela primeira vez não apresentou candidatura própria à Prefeitura e como saldo ficou sem vaga no Legislativo, fato inédito na história. Os dirigentes falam em renovação, mas desde o pífio desempenho há dois anos inexistiu reformulação nos diretórios.

No pleito atual, só o deputado estadual Orlando Morando, postulante na disputa pela reeleição, aparece com peso político. A redução de força fica evidente na comparação com o número de 2010 e a quantidade de votos. Há quatro anos, sete políticos se lançaram às urnas, que receberam 344.816 sufrágios.

Procurado, o coordenador regional do tucanato, Márcio Canuto, não foi localizado para comentar o assunto.




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