Polonês Jorge Wasilewski, pároco da igreja andreense Santa Terezinha, morre aos 77 anos
A comunidade católica da região se despede do padre Jorge Wasilewski, que morreu na madrugada de ontem, aos 77 anos, após quadro de insuficiência respiratória provocada por forte gripe. O polonês atuava há 14 anos na Paróquia Santa Terezinha, em Santo André, e completou 50 anos de sacerdócio em julho.
O sacerdote chegou ao Grande ABC em 1973, seis anos após ter saído da Polônia. Padre Jorge foi ordenado na cidade de Cracóvia e foi aluno do atual São João Paulo II, o também polonês Karol Józef Wojtyla, papa canonizado pela Igreja Católica. Ambos trabalharam na Pastoral dos Jovens da faculdade e celebraram três missas juntos, na Itália.
Em entrevista ao Diário em abril de 2005, padre Jorge destacou os ensinamentos recebidos pelo então futuro papa, carregados por toda a vida. “Uma pessoa humilde e simples, mas que, como arcebispo, exigia que todos se dedicassem inteiramente ao clero”, lembrou à época.
A experiência ao lado do santo papa era casualmente lembrada pelo pároco durante as missas, revela o técnico mecânico aposentado Hugo Rodrigues, 76, morador do bairro Santa Terezinha há 60 anos. “Em uma ocasião ele chegou a jantar com o papa, na Cracóvia”, destaca.
Centenas de fiéis deram adeus ao líder religioso e prestar as últimas homenagens. Um deles é a dona de casa Maria da Penha Flores Tosto, 69, que conhecia o padre há cerca de 15 anos. “Fiquei surpresa com a notícia. Ele era uma bênção, muito fiel a Deus.”
Na região, padre Jorge trabalhou também nas paróquias Catedral Nossa Senhora do Carmo e Santa Maria Goretti, em Santo André, São José, em São Bernardo, e Santa Rita de Cássia, em Diadema. Não há prazo para que o sucessor do padre seja nomeado pelo bispo da Diocese de Santo André, dom Nelson Westrupp. Até lá, a paróquia segue aos cuidados do diácono Edmir dos Reis.
O velório se estendeu por toda a tarde de ontem e permanecerá até a manhã de hoje, quando será finalizado com missa de corpo presente, às 9h. O enterro está marcado para às 11h no Cemitério das Colinas, em São Bernardo.
LEGADO
Apesar de crer que a morte simboliza o início de caminhada para a vida eterna, Elzeni da Silva Costa, 64, secretária do pároco há 37 anos, não consegue conter as lágrimas de saudade. “É difícil acreditar.”
Segundo Elzeni, a quem o pároco apaixonado por pescaria chamava carinhosamente de mãe, fica um legado aos fiéis: estarem sempre atentos aos cuidados com as crianças e jovens e dispostos a ajudar o próximo. “Ele era simplesmente a representação do amor e da ternura”, considera.
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