O governo quer permitir aos trabalhadores a utilização de parte do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para a aquisição de cotas do fundo de investimento de infra-estrutura. Para isso, será criado um projeto de lei que irá para o Congresso Nacional depois das eleições.

A informação foi dada ontem pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante encontro com empresários do setor na Abdib (Associação Brasileira de Infra-estrutura e Indústrias de Base), na capital paulista. “Além de financiarmos novos projetos de infra-estrutura que o país necessita para se desenvolver, o trabalhador também terá uma melhora de rentabilidade de sua conta de FGTS”, disse o ministro. A operação seguiria os mesmos moldes da compra de ações da Petrobras, Vale do Rio Doce e Banco do Brasil.

Hoje, as contas do FGTS são remuneradas pela correção da TR e até 6% ao ano. Informalmente, dirigentes da Abdib estimam que o fundo de infra-estrutura poderá superar, em cinco anos, o volume de recursos oferecidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o financiamento do setor, hoje em R$ 60 bilhões.

A proposta é de que o governo repasse até 80% do patrimônio líquido do FGTS – hoje em R$ 20 bilhões – para o fundo de infra-estrutura, o que permitiria investimentos até R$ 16 bilhões em novos empreendimentos.