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Pequenas empresas criam produtos inéditos em incubadoras da região
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
05/06/2005 | 08:49
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Pródigo em inovações tecnológicas, o Grande ABC concebe nas incubadoras da região pequenas empresas que criam sistemas para reuso da água de residências, equipamentos para reciclar plásticos de embalagens de óleo lubrificante e até colas adesivas para a indústria naval.

Com o apoio de instituições chamadas incubadoras, projetos como esses têm tido melhores condições de sair do papel e chegar ao mercado. Essas instituições foram criadas para oferecer infra-estrutura e suporte técnico (em questões como gestão, processos, marketing etc.) para que pequenas empresas com produtos ou serviços inovadores pudessem se estruturar melhor.

Na região há três incubadoras de empresas. A de Santo André e a de Mauá são formadas pela parceria das prefeituras com o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e com a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. Na de São Bernardo, no lugar da Agência, participa o Sindicato da Indústria de Móveis de São Bernardo e Região.

"A incubadora abre muitas portas", afirma Sérgio Ricardo Pires, sócio da empresa Cdata, incubada da In.Nova (Incubadora de Base Tecnológica de Santo André). Ele e o sócio, José Carlos dos Santos, desenvolveram um sistema de rastreamento embutido no veículo que avisa uma central de monitoramento quando há desvio na rota pré-estabelecida. Pelo rastreamento convencional, a central tem de fazer o acompanhamento permanente do veículo.

A Cdata foi montada em 2004 com o auxílio da In.Nova. Depois de diversos contatos, as vendas começaram recentemente. A expectativa dos sócios é chegar em 12 meses a 2 mil unidades vendidas. Há a perspectiva até de exportações. Há um rastreador da Cdata em teste com a Polícia de Nova York.

Já a Solplas tem 32 anos de mercado, mas ganhou a oportunidade de se tornar incubada da In.Nova por conta do adesivo (cola) MS Polímero. "Somos o único fabricante (desse tipo de cola) no Hemisfério Sul", afirma o sócio-administrador, Venicio Tambasco. O item, altamente adesivo, não amarela sob a ação do tempo e pode atender as indústrias naval e aerospacial. A produção, de 20 mil tubos por mês, está em escala piloto, mas as perspectivas são animadoras. "Devemos crescer 20% neste ano".

Outro produto inovador é da Misque, pequena empresa de São Bernardo que existe há seis anos e criou tecnologia para o reúso de água de indústrias. A companhia fez protótipo para produzir uma versão compacta, destinada ao uso residencial. O diretor, Alexandre Captian, afirma que uma das preocupações é que seja de fácil manuseio. "Tem de ser simples como uma máquina de lavar." A Incubadora de São Bernardo tem dado uma ajuda importante, segundo Captian. A entidade orienta, por exemplo, a captação de recursos de instituições de pesquisa.

Ambiental - A questão ambiental é um dos focos de muitos projetos da região. A empresa Compacto, que recebe suporte da Incubadora de Mauá, desenvolveu um equipamento para descontaminar embalagens de óleo lubrificante.

A empresa, que recebeu apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), faz a coleta de embalagens em oficinas e postos. Após a descontaminação, é feita a moagem do plástico, para destiná-lo à reciclagem. "Já há mais pessoas querendo comprar (o plástico moído) do que eu tenho condições de oferecer", diz o proprietário, Ivan da Cruz.




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