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Casos leves e moderados vão ocupar hospitais de campanha

Estádio Bruno Daniel e Complexo Pedro Dell’Antonia receberão 300 leitos; locais serão entregues no dia 15

Marcela Ibelli
Do Diário do Grande ABC
31/03/2020 | 00:01
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André Henriques/DGABC


Desde o dia 23 o gramado do Estádio Bruno Daniel e as três quadras do Complexo Esportivo Pedro DellAntonia, em Santo André, estão passando por diferentes movimentações. Como anunciado pelo prefeito Paulo Serra (PSDB), os dois locais se tornarão hospitais de campanha para atender munícipes infectados pelo novo coronavírus.

O estádio vai receber 120 leitos e o ginásio, 180. A princípio o reforço será destinado a pacientes que apresentarem quadros leves e moderados da Covid-19. As previsões de entrega dos equipamentos, de acordo com o secretário de Saúde de Santo André, Márcio Chaves (PSD), são a partir do dia 10 e as duas obras completas, no dia 15. “Nos ginásios está tudo praticamente pronto. No estádio, faltam receber as camas e terminar a estrutura hidráulica”, explica Chaves. “São como estruturas do CHM (Centro Hospitalar Municipal) construídas em tempo recorde. Estamos bem adiantados.”

Conforme o secretário, a estratégia adotada pela cidade é manter os casos mais graves dentro dos hospitais e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e enviar para os de campanha apenas os leves e moderados. “Vamos contar com alguns respiradores e aparelhos, mas não estamos trabalhando com o conceito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Já solicitamos aos governos federal e estadual 200 kits de unidade de tratamento intensivo para o CHM”, pontuou Chaves. Segundo o secretário, hoje em Santo André há cerca de 70 pessoas infectadas em estado mais crítico e, pelo menos, metade está usando respiradores na cidade, apesar de que o município confirma oficialmente apenas 40 pacientes infectados pela Covid-19 – os demais ainda precisam ser submetidos a testes.

EMPREGOS
Estão trabalhando nas obras dos dois hospitais de campanha, de acordo com a Secretaria de Saúde, cerca de 150 pessoas. “Mais 420 profissionais, entre médicos, enfermagem, farmacêuticos, assistentes sociais e psicólogos serão chamados para participarem da linha de frente. Eles vão ser contratados por meio de processo seletivo feito pela Fundação. Além disso, serão mais 120 terceirizados das áreas de alimentação, limpeza e transportes”, destaca Chaves.

O secretário faz questão de insistir que a quarentena é a melhor solução para não congestionar os serviços de emergências provenientes do novo coronavírus. “As pessoas devem ter a consciência de que o isolamento social é essencial. O Brasil, que nunca viveu grandes guerras ou atentados, está enfrentando tragédia de grandes proporções”, finalizou o secretário.

Santo André foi a primeira cidade do Grande ABC a confirmar um óbito relacionado à Covid-19. O caso foi divulgado na quarta-feira, mas o paciente, de 68 anos, havia morrido no dia 18, no mesmo dia em que deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Sacadura Cabral.  




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