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Com chuva e frio, pessoas visitam cemitérios do ABC
Sucena Shkrada Resk
Do Diário do Grande ABC
02/11/2003 | 19:28
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A chuva fina e constante e a queda de temperatura marcaram neste domingo o feriado de Finados. Com guarda-chuvas e casacos, o público visitou os cemitérios da região. Foi o caso da família da dona de casa Meire Cristina dos Santos, 43 anos, que enfrentou a peregrinação de ir homenagear os familiares falecidos em dois cemitérios – o da Saudade, na Vila Assunção, e o Cristo Redentor, da Vila Pires, ambos em Santo André.

“Todo ano oramos e colocamos flores nos túmulos, porque essa é uma época importante para nós. Também aproveitamos para rezar em frente do túmulo do ex-prefeito Celso Daniel (no Cemitério da Saudade). Ainda fico muito chocada com o seu assassinato, que não ficou bem esclarecido”, disse Meire.

Um misto de homenagem e devoção podia ser visto diante do mausoléu de Vanilda Sanches Bebér, morta em 1958, a poucos metros do túmulo do ex-prefeito. Lá, vasos de flores e placas de agradecimentos por graças recebidas mostram o apelo popular da moça, que morreu jovem. Há até um abaixo-assinado enviado a Roma para que a ela seja beatificada.

“Há dez anos eu visito esse mausoléu, porque acredito que Vanilda intercede a favor de nossos pedidos. Ela meu ajudou a adotar minha filha e conseguir o emprego para meu marido”, disse a dona de casa Nívia Ferreira Costa, 49 anos.

A chuva também não impediu a manifestação de fé da dona de casa Alice Vaccari Vanzei, 67 anos, que foi rezar para Vanilda e para a família Magalhães Resende – mais conhecida por Ciganos – no Cemitério Cristo Redentor. A figura central é José Magalhães Coelho, morto em 1976, o homem de turbante na fotografia no túmulo. Uma legião de devotos pede constantemente pela sua intercessão. “Eu acredito nas graças alcançadas. Depois de Deus, eu rezo para essas pessoas”, disse ela.

Reflexão – No Cemitério Municipal de Diadema, o Dia de Finados reuniu 12 irmãos da família Vilas Boas Breganhofa, que moram em locais distantes um do outro. A funcionária pública aposentada Antonina Vilas Boas Breganhofa, 66 anos, ficou incumbida neste ano de fazer a vaquinha com os irmãos, para comprar 12 vasos de flores, que enfeitaram o túmulo. “Nada impede a gente de estar aqui no dia 2”, afirmou.

Para a doméstica Dorinda Tavares Ferreira Pedro, 65 anos, ir ao Cemitério Municipal de Vila Euclides, em São Bernardo, foi a forma de homenagear o marido falecido há dois anos. “Acendi dois maços de vela por sua alma. Nesse momento, eu sinto paz”. Com esse mesmo propósito, o comerciante André Murakami, 49 anos, e sua esposa Lídia, 39 e o filho Ênio, 7, enfrentaram o pé d‘água que atingiu Rio Grande da Serra na manhã de domingo para acender incensos e colocar flores no túmulo da família no Cemitério Municipal São Sebastião. “Como somos budistas, acreditamos que com esse ritual podemos trazer mais prosperidade para o próximo ano.”




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