Hoje, o usuário que faz uma ligaçao de Santo André para Sao Paulo, por exemplo, nao tem a necessidade de discar o DDD (Discagem Direta a Distância) antes do número desejado, pois as duas cidades têm o mesmo código (011).

Seja lá qual for a decisao, as ligaçoes de longa distância - DDD ou DDI (Discagem Direta Internacional) realizadas no país a partir de 3 de julho terao de contar com o auxílio de uma operadora. No Estado de Sao Paulo, como 64 municípios de código atual 011 (incluindo o Grande ABC) continuarao por mais tempo que os demais sem definiçao de seu novo código, até 3 de agosto esse grupo de muncípios se comunicará entre si sem a necessidade de uma operadora, independentemente de o destino da ligaçao ser um município posteriormente escolhido como área interurbana, recebendo um outro código DDD.

A partir de 3 de julho, portanto, o usuário que fizer um interurbano terá de discar - além do código interurbano, o código da localidade (DDD) e o número do aparelho - o número da operadora (veja quadro abaixo). Com isso, ele escolherá a empresa prestadora do serviço. Por enquanto, dentro do Estado, as opçoes sao a Telefônica (que vai trabalhar com o número 15) e a Embratel (com o 21).

Para os usuários que fizerem ligaçoes interestaduais, a ligaçao será feita via Embratel. Por enquanto, nao existe uma concorrente (empresa-espelho) que vai estar operando em julho com a Embratel, oferecendo cobertura nacional. Já a Telefônica coloca à disposiçao o sistema somente para ligaçoes dentro do Estado. A Embratel fará ainda chamadas internacionais.

Para ligaçoes locais, nao haverá necessidade de se discar o número da operadora. Mas, segundo a Anatel, haverá mudanças em julho. As áreas conurbadas - vizinhas, como os municípios da Grande Sao Paulo - poderao sofrer alteraçoes posteriores.

De acordo com a assessoria de imprensa da Telefônica, a mudança nos códigos deverá ser implementada somente depois de 30 dias de ocorrida a mudança, embora nao tenha definido de que forma isso ocorrerá. A Telefônica nao adiantou se o Grande ABC fará parte do novo projeto, mas é possível que a regiao ganhe um novo DDD ou os usuários tenham de fazer outro tipo de procedimento para fazer chamadas que hoje sao consideradas locais. Por enquanto, continua tudo igual.

Adaptaçao - Nos primeiros 30 dias de implementaçao do novo sistema, a Anatel informou que os usuários que fizerem ligaçoes interurbanas conforme o método atual terao suas chamadas completadas normalmente. Depois de passado o período de adaptaçao se, ao discar, nao for definido o código da operadora, uma gravaçao vai informar ao usuário que ele está procedendo erroneamente e a gravaçao o orientará a forma correta.

A Anatel está preparando uma cartilha explicativa, que deverá ficar pronta até o final do mês. Elas serao entregues em todo o país para que o usuário de telefonia saiba o procedimento correto ao desejar fazer uma chamada interurbana. Também está sendo preparado o atendimento em um telefone exclusivo pela agência parai orientar o usuário sobre a mudança.

A Telefônica já se antecipou e colocou à disposiçao do público a linha gratuita 0800-150800. Já a Embratel nao definiu ainda uma linha para atendimento ao usuário.

Celular - A Anatel informou que as ligaçoes interurbanas que partirem de telefones celulares nao serao feitas conforme o novo sistema. Quem ligar de um celular para telefones da rede fixa ou móvel que sejam de outras localidades nao precisarao digitar o 15 ou o 21. Apenas as ligaçoes que partirem de telefones públicos ou da rede fixa é que deverao obedecer o novo padrao de chamadas.

Até o final do ano, mais duas operadoras entrarao na concorrência. A Bonari (empresa-espelho da Embratel), que já adotou o número 23, atuará em território nacional, além de concorrer com a Telefônica para chamadas interurbanas estaduais. Já a empresa-espelho da Telefônica será a Megatel, que ainda nao definiu um número.

A Anatel acrescentou que, por enquanto, as operadoras nao definiram qual será o valor das tarifas, mas a agência vai definir um teto máximo para a aplicaçao dos preços. A livre concorrência, segundo a Anatel, é a maior vantagem para o usuário, que poderá escolher a operadora que prestar o melhor serviço ou que praticar os melhores preços.