Passaram-se três fins de semana com proibição do banho no Parque Estoril, na margem da represa Billings, em São Bernardo, e a Prefeitura da cidade corre para liberar o quanto antes a entrada dos turistas na água da represa. Para isso, aplicou curso de salva-vidas a 13 guardas municipais que atuarão aos fins de semana no Estoril e na prainha do Riacho Grande, onde o banho não é impedido. Também delimitou área para banho e navegação no Estoril e no Riacho. Agora, aguarda as bóias encomendadas para sinalizar os limites estipulados.

“Só falta a fábrica entregar as bóias. Espero que cheguem até sexta-feira. Dá, sim, para derrubar a resolução (que proíbe o banho no Estoril) antes do término de sua validade”, disse segunda-feira o comandante da Guarda Municipal de São Bernardo, coronel Antônio Branco.

A Prefeitura de São Bernardo proibiu banho, nado, passeios de barco e pedalinho no Parque Estoril em 20 de janeiro, por meio da resolução 001/2006, válida por 30 dias após publicação. A administração pública adotou a medida dias depois de um turista morrer no Estoril ao tirar o colete de segurança e pular de um pedalinho no meio da represa.

O comandante Branco afirmou que oito guardas formados como salva-vidas vão atuar nas prainhas do Riacho Grande e Parque Estoril a cada fim se semana. De acordo com ele, os guardas receberam treinamento de bombeiros do Guarujá durante toda a semana passada. “A princípio, eles vão ficar na prainha do Riacho Grande. Mas é prevista a abertura do Estoril para banhistas”, disse o comandante.

A administração municipal adquiriu cadeirões para uso dos salva-vidas. Um dos guardas que fizeram o curso, Aroldo Marques, afirmou ter recebido aulas teóricas e práticas sobre como orientar banhistas e arrastar pessoas em perigo até a margem. Além dos guardas, um grupo de quatro bombeiros dão apoio a turistas e fazem rondas de barco pela represa nos fins de semana.

Desde o começo do ano, segundo contagem da Guarda Municipal, 13 pessoas morreram afogadas na Billings em São Bernardo. Dessas, apenas duas estavam em áreas administradas pela Prefeitura – uma no Estoril e outra na prainha do Riacho Grande. O total de mortes na Billings em janeiro é três vezes maior do que no mesmo mês do ano passado, segundo levantamento do 8º GB (Grupamento de Bombeiros), quartel responsável pelo Grande ABC.

Histórico – Quando proibiu banho e uso de embarcações, a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo do município, Maria Alice Bergamo, pretendia proibir de vez o banho no Estoril, por meio de lei, e realizar licitação para contratar prestadores dos serviços de embarcação.

Comerciantes, donos de barcos e pedalinhos que operam no local e turistas reclamaram da proibição, que esvaziou o parque Estoril no primeiro fim de semana em vigência. Os comerciantes se diziam “economicamente asfixiados”. Queriam que a Prefeitura fizesse segurança da represa com guarda-vidas em vez de proibir banho e passeios de barco.

Uma semana depois da medida, a secretária Maria Alice mudou de idéia. Disse que não haverá processo licitatório porque os operadores já existentes no parque serão regulamentados. Afirmou, também, que estudava a volta da permissão para banho.

Com a colocação de guardas municipais na condição de salva-vidas, o comandante Branco espera zerar as mortes por afogamento em áreas públicas da represa – Estoril e prainha do Riacho Grande. Os novos salva-vidas passam a exercer suas funções no próximo fim de semana.