Menos de dois meses depois das legislativas que deram a vitória à esquerda, 20 milhões de italianos vão às urnas neste domingo e segunda-feira para eleger suas autoridades locais, na primeira oportunidade de revanche para o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

Silvio Berlusconi quer conquistar as prefeituras de Roma, Milão, Turim e Nápoles, para superar a derrota eleitoral dos dias 9 e 10 de abril. Os eleitores deverão escolher os prefeitos de 1.267 municípios assim como os governadores de oito províncias e a presidência da região da Sicília.

Uma verdadeira batalha é anunciada para as quatro grandes cidades, onde a coalizão conservadora Casa das Liberdades espera mobilizar seu eleitorado.

"Entrem em contato com seus ex-maridos, com suas ex-esposas e antigos namorados para estimulá-los a votar", declarou Berlusconi numa manifestação eleitoral. Na Sicília, o candidato em final de mandato na presidência da região, o democrata-cristão Toto Cuffaro, processado por suposta cumplicidade com a máfia, enfrentará Rita Borsellino, irmã do célebre juiz antimáfia Paolo Borsellino, assassinado pela organização criminosa em 1992, que aceitou pela primeira vez entrar na política.

"São mais fortes do que nós, mas os sicilianos não se sentem representados por Cuffaro. Temos possibilidades", comentou Beppe Spampinato, deputado de La Margarita, da coalizão de centro-esquerda. O segundo turno da eleição ocorrerá nos dias 11 e 12 de junho.

Com as eleições municipais termina um longo e extenuante ano eleitoral, iniciado com a campanha para as legislativas, durante a qual Berlusconi lutou, insultou, acusou e protagonizou espetáculos.

Para mobilizar seu eleitorado, Berlusconi ridicularizou seus adversários e alimentou temores atávicos, como o aumento dos impostos e a expropriação de bens.

Convencido de que lhe roubaram a vitória nas eleições legislativas, que perdeu por poucos votos, Berlusconi, eleito deputado por Milão, concorre nas listas para conselheiro municipal em sua cidade e também em Nápoles, no sul da península.