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Combustíveis batem pico de alta
Leandro Cervantes
Do Diário do Grande ABC
29/03/2006 | 08:26
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O Imes (Universidade Municipal de São Caetano) detectou na terceira quadrissemana de março o maior impacto dos aumentos continuados do álcool (29,12%) e da gasolina (5,22%) no orçamento do consumidor do Grande ABC. Alta de 2,25%, a maior elevação dentro da série contabilizada no grupo Transporte Próprio desde fevereiro, o que ajudou a empurrar o IPC-Imes (Índice de Preços ao Consumidor) para 0,26% ante os 0,24% da quadrissemana anterior.

O impacto dos gastos com transportes na inflação regional só não foi maior por conta da deflação (queda dos preços) apresentada pelos segmentos de vestuário, alimentos in-natura (frutas) e semi-elaborados (carnes), que apresentaram variação de -1,69%, -1,40% e -0,68%, respectivamente. (ver tabela ao lado).

"Esses recuos nos preços medidos sobre os grupos alimentação e vestuário ajudaram a frear o impacto de alta dos combustíveis", destaca o assistente da coordenação do IPC-Imes/ABC, Lúcio Flávio Dantas. A expectativa é que inflação da região no mês de março feche em torno de 0,30% a 0,35% – acima de índices como o IPCA e IGP-M.

Os dados mostram que entre janeiro e 23 de março os preços do álcool combustível, medidos em 52 postos de Santo André, São Bernardo e São Caetano, já subiram 29,12%, ante 5,22% da gasolina. "E a tendência é que continuem em alta, porém com menor variação, até o final de abril, quando se inicia a colheita da nova safra (de cana-de-açúcar)", afirma Dantas. A partir daí, segundo o técnico, os preços tendem a baixar por conta do ajuste na oferta.

No levantamento parcial, a elevação dos gastos individuais com transporte foi inferior apenas à do material escolar (alta de 2,46%), que historicamente apresenta elevação sazonal nesse período, provocada pela demanda do início das aulas. Já o aumento dos preços dos combustíveis, segundo o técnico do Imes, seria ainda reflexo da recente explosão do preço do álcool, provocada pela entressafra e aumento da demanda.

Prejuízo – A alta dos preços dos combustíveis já afeta o movimento nas bombas. Segundo dados da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE), as vendas dos postos de combustíveis caíram 7,97% nos últimos 12 meses, encerrados em janeiro. Se observado apenas o primeiro mês de 2006, a queda chegou a 8,62%, por conta do impacto do aumento do preço do álcool e da gasolina. Para o diretor do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Grande ABC), Roberto Rodrigues, a responsabilidade pelo aumento dos preços dos combustíveis é exclusivamente do governo. "Eles (governo) não conseguiram controlar os ânimos dos usineiros nem a ambição dos diretores da Petrobras."

Dica – Os dados do IPC-Imes apontam que o consumidor da região está encontrando roupas de maior qualidade por preços menores. O segmento de vestuário apresenta deflação pelo quinto levantamento sucessivo, exceção apenas ao vestuário infantil, cujos preços estão subindo. E está tendo a chance de pôr na mesa uma maior quantidade de carnes e frutas a preços subitamente menores, como o caso do frango, a preços de até R$ 0,99 o quilo.




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