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Rosas de Ouro é favorita ao título do Carnaval de SP
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22/02/2004 | 21:36
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A terra da garoa não deu bola para a chuva fina e fez a segunda noite do Carnaval, no sábado, melhor do que a primeira. O patrimônio da cidade foi o grande destaque, ajudando a Rosas de Ouro a despontar como favorita ao título da folia dos 450 anos. O enredo que contou a história de São Paulo por meio de seus monumentos contagiou as arquibancadas.

A Nenê de Vila Matilde encerrou a festa confiante e a Vai-Vai levantou o público. Nenhuma escola cometeu erros graves, o que faz aumentar a expectativa em torno da Gaviões da Fiel, que perdeu 8 pontos com o acidente de um carro alegórico na primeira noite.

A Rosas de Ouro fez um desfile irrepreensível, com carros luxuosos, cores fortes nas fantasias e a história contada num enredo contagiante, acompanhado com palmas pelo público. Entre os famosos, a escola trouxe Raí, Mário Zan, Demônios da Garoa e Ellen Roche. Mas os carros que homenagearam pontos históricos como o Monumento às Bandeiras e Monumento à Independência é que chamaram a atenção. Principalmente comissão de frente, com índios e um padre Anchieta de bronze.

A Vai-Vai contou a história do bairro Bexiga. Lembrou os teatros da Rua Rui Barbosa, a boemia da 13 de Maio e a imponência da Avenida Paulista. A evolução dos tempos começou com portugueses e escravos, passou pelos antigos sobrados e chegou à igreja de Nossa Senhora de Achiropita. Na ala infantil, comandada pela apresentadora Eliana, os pequenos formaram bonitos casais de belas e feras.

Com 4.800 integrantes, a Vai-Vai teve de acelerar o passo para não atrasar, o que prejudicou a evolução e a harmonia do desfile. Terminaram dois minutos antes do limite.

Já era manhã de domingo quando desfilou a Nenê de Vila Matilde, que levou a Bienal para o sambódromo com muitas cores sobre o azul oficial da agremiação. No abre-alas, o ator Edson Celulari saiu com o mesmo papel da minissérie Um Só Coração, o fundador da Bienal, Ciccillo Matarazzo. No último carro, uma réplica do Seu Nenê, fundador da escola, se despediu do público.

A Leandro de Itaquera apresentou um desfile apenas regular. Mesmo o polêmico carro que representaria a vida noturna paulistana não causou tanto impacto no público. O carro alegórico mostrava pessoas dentro de gaiolas, como se estivessem em uma boate; dois casais no chão, os corpos cobertos apenas por tinta, chamaram um pouco mais a atenção da platéia, mas a pobreza das fantasias e o pouco ritmo do enredo conspiraram contra o desfile da agremiação.

Carros suntuosos e alegorias caprichadas foram o destaque do desfile da Império da Casa Verde na passarela do sambódromo. Entretanto, o enredo, que misturou mitologia grega com a história da cidade, não chegou a empolgar o público do Anhembi. Em um dos carros, a escola lembrou o feito do médico Euclides Zerbini, o primeiro a fazer um transplante de coração no país, e trouxe entre os detaques do um paciente do Incor transplantado há 10 anos.

Primeiras - Com carros alegóricos que lembravam a chegada dos imigrantes ao Brasil, a Mocidade Alegre fez um desfile correto. A Barroca da Zona Sul e a Imperador do Ipiranga abriram a noite mostrando competência - mas não o suficiente para disputar as primeiras posições. A apuração do resultado será na terça-feira, às 10h.

Primeira escola a desfilar no segundo dia, a Barroca Zona Sul entrou no horário certo, mas já em desvantagem. No dia anterior, a escola havia perdido dois pontos por não ter entregue na data certa a pasta com as anotações técnicas para os jurados. Uma chuva fina e persistente acompanhou todo o desfile que foi, no geral, correto.

Dois buracos muito visíveis prejudicaram a harmonia da escola. O presidente da Barroca, Luiz Paulo dos Santos, classificou como “erro primário da diretoria” o atraso na entrega da pasta aos jurados.

Sósias de D. Pedro I e de imperatrizes abriram o desfile da Imperador do Ipiranga, tanto na comissão de frente como no abre-alas. A exemplo de outras escolas, a Imperador levou ao sambódromo a história do bairro. Nos carros, componentes mostravam coreografias adequadas. A receptividade do público foi razoável. Além dos 450 anos, a escola cantou parabéns aos seus 35 anos na fantasia das baianas e no último carro.

Penúltima agremiação a desfilar no sambódromo a Mocidade Alegre veio bem na avenida, mas não empolgou muito. O desfile foi correto, com integrantes evoluindo animadamente. Um navio apitando, cercado de passistas, representava o mar vivo.




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