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Desocupar as áreas de risco
Por Do Diário do Grande ABC
28/02/2022 | 00:01
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Um terço de todas as áreas com alto potencial de risco no Grande ABC está localizado nas divisas dos municípios. É o que mostra mapeamento realizado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Os resultados são importantes porque podem auxiliar as cidades na elaboração de políticas públicas destinadas a evitar as chamadas tragédias de verão, como as mortes causadas por deslizamentos de encostas, a que, infelizmente, os brasileiros mais pobres estão sujeitos.

Promover a desocupação e a recuperação florestal das áreas de risco é fundamental para que episódios lamentáveis, como os verificados há alguns anos na região, que resultaram em perdas de vidas, deixem de ocorrer. A solução, evidentemente, é tão complexa quanto a causa do problema. Mas nem por isso deve ser negligenciada ou esquecida. Pelo contrário. É preciso enfrentar a questão. E o primeiro passo para encontrar a solução é identificar aonde estão as áreas que oferecem maior risco aos moradores. O combate ao mal deve começar por aí.

Os números finais do levantamento da secretaria estadual, realizado a pedido da Defesa Civil, dão ideia do tamanho do desafio. O Grande ABC reúne 53 mil imóveis construídos em áreas de risco alto ou muito alto, o que equivale a dizer que podem ir ladeira abaixo à primeira chuva torrencial. Trata-se de dado alarmante. E que exige ação imediata. Por a região ser totalmente conurbada, o Consórcio Intermunicipal surge como coordenador natural dos trabalhos.

Enquanto persistir um único núcleo habitacional sujeito a deslizamentos, o Grande ABC seguirá convivendo com a incerteza das tragédias. A preocupação se ampliará na medida em que as nuvens do céu escurecerem. Tirar os moradores destas localidades, agora identificadas, e proporcionar a respectiva restituição da flora original, evitando com isso a instabilidade do solo, são a melhor maneira, se não a única, de devolver a tranquilidade tanto à população quanto aos gestores. Mãos à obra, pois. Existe muito a ser feito. E não há tempo a perder.




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