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Simon compra onda de violência em São Paulo à máfia italiana
Da Agência Senado
19/05/2006 | 14:04
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Em pronunciamento em Plenário, nesta sexta-feira (19), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que, com sua larga experiência de homem público, jamais viu, no Brasil, fatos como os que se sucederam nos últimos dias em São Paulo. Para ele, pela primeira vez no país, estaria instalando-se uma máfia da criminalidade em moldes similares à existente há anos na Itália. A diferença é que lá, disse Simon, os procuradores da Justiça, por meio da Operação Mãos Limpas, conseguiram, com muito esforço, desmontar a rede de corrupção e crimes da máfia italiana, recuperando milhões de dólares para os cofres públicos.

O parlamentar relatou que, há dez anos, criou, na então CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, uma subcomissão composta pelo procurador-geral da República, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, pelo corregedor-geral da República e pelos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado para examinar meios de combater o crime organizado. Suas conclusões, entre as quais a de que a polícia deveria ter vínculo direto com o Ministério Público, não foram aceitas e o projeto permanece arquivado na Câmara.

Simon avalia que nunca antes no Brasil, nem mesmo em situações delicadas como o impeachment do presidente Fernando Collor, em 1992, o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e a deposição de João Goulart, em 1964, o país passou por tal situação de corrupção e impunidade, envolvendo parlamentares, grandes empresários, militares e outros segmentos da alta sociedade. Na sua avaliação, esse contexto teria formado um caldo de cultura para ações como a desencadeada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo e em outros estados.

O representante gaúcho defendeu o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, cujas recentes declarações sobre a culpa da "elite branca" pelos acontecimentos considera "fortes, porém verdadeiras". Disse que ninguém, em seu lugar, poderia ter feito melhor. Simon criticou a utilização dos atentados em São Paulo como desculpa para uma disputa eleitoral entre o candidato do PSDB, José Serra, e o petista Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo.




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