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Comunistas e nacionalistas se opõem à indepedência de Taiwan
Por Da AFP
29/04/2005 | 11:03
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Depois de mais de 50 anos, os principais representantes do partido de oposição taiwanesa KMT (Kuomintang) e do partido do atual governo, o PCC (Partido Comunista Chinês) se reuniram nessa sexta-feira e se opuseram à independência de Taiwan. Essa foi a primeira vez, desde 1949, que os partidos se reuniram.

"Os dois partidos concordaram em manter o Consenso de 92, assim como em se opor à independência de Taiwan", afirma o porta-voz do KMT, Chang Jung-kung. A afirmação foi feita depois de um de mais de duas horas entre o presidente do KMT, Lien Chan, e o presidente chinês Hu Jintao.

A viagem de Chan à China é a primeira de um líder do KMT desde que os nacionalistas se refugiaram na ilha para escapar do avanço das tropas comunistas de Mao Tse-tung, em 1949, e da separação de Taiwan do continente. O porta-voz foi recebido por Hu Jintao no Palácio do Povo, na Praça da Paz Celestial.

Durante a Segunda Guerra Mundial, comunistas e nacionalistas chineses se uniram para enfrentar a ocupação japonesa, mas ao fim do conflito, em 1945, voltaram a se enfrentar. A guerra civil entre os dois lados culminou em 1949 com a separação entre a China continental, governada pelo PCC, e Taiwan, onde se refugiou o Kuomintang.

Esta visita sem precedentes acontece em meio a um período de tensão provocado pela aprovação do Parlamento chinês, no mês passado, de uma lei que legitima a intervenção militar contra a ilha se esta declarar formalmente sua independência.

Hu Jintao afirmou a seu convidado que Pequim está disposto a dialogar com todos os partidos, grupos ou representantes taiwaneses que desejam desenvolver as relações entre os dois lados e opostos à independência de Taiwan.

Segundo os analistas, ao agradar o Kuomintang, seu antigo inimigo, o regime comunista chinês tenta abalar a política separatista do presidente taiwanês, Chen Shui-bian, reeleito em 2004.

A próxima eleição presidencial em Taiwan acontecerá no início de 2008, poucos meses antes dos Jogos Olímpicos de Pequim. Este programa complica a tarefa do regime comunista, já que torna difícil uma intimidação militar antes do evento. Isso explica o interesse da China em se aproximar da ala do Kuomintang favorável à reunificação.

Lien Chan e a delegação do KMT chegaram à China na terça-feira. Depois de Pequim e Nankin devem visitar Xian (norte) no sábado e, mais tarde, Xangai.



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