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Fórum de Segurança vai pontuar locais de crimes
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
29/07/2005 | 08:18
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Os municípios da Região Metropolitana de São Paulo querem elaborar estratégias para reduzir o número de homicídios dolosos - quando há intenção de matar - e de roubo e furto de veículos. O pacto foi firmado quinta-feira durante reunião executiva do Fórum Metropolitano de Segurança Pública e prevê investidas conjuntas entre prefeituras, polícias Civil e Militar e a comunidade. O projeto prevê ações a longo prazo, mas os idealizadores do projeto acreditam que os primeiros resultados poderão ser medidos já no fim deste ano. Apenas o prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior, participou da reunião. São Bernardo e São Caetano mandaram representantes e as demais prefeituras não compareceram ao evento.

O plano de combate será embasado no mapeamento dos pontos de maior ocorrência dos crimes em cada um dos municípios metropolitanos. "Com isso, saberemos as deficiências desses hot spots (pontos críticos)", diz José Roberto Bellintani, superintendente do Instituto São Paulo Contra Violência, entidade organizadora do Fórum Metropolitano. Para delinear o perfil dessas áreas perigosas, entram em pauta questões que vão de infra-estrutura urbana, como iluminação pública, a planejamento estratégico, como a presença policial nestes locais.

Em princípio, o foco será centralizado na redução de homicídios. No Grande ABC, Diadema ainda é a cidade que concentra maior taxa de assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes, embora tenha reduzido drasticamente o número de homicídios. Em 2004, foram 34,58 casos por 100 mil habitantes. Mas esse número já foi bem pior. Em 1999, a taxa chegou a 102,82 casos. Desde então, a cidade adotou uma série de medidas para combater a criminalidade. Passou a fechar os bares que vendem bebidas alcoólicas das 23h às 6h, monitorar os pontos críticos com câmeras de segurança e equipou a Guarda Municipal, que tem o segundo maior efetivo da região, atrás de São Bernardo.

Mas se Diadema é campeã em homicídios, Santo André ocupa a ponta no Grande ABC quando o assunto é furto e roubo de veículos. No ano passado, 1.515 ocorrências para cada 100 mil habitantes. Logo atrás aparece São Caetano, com 1.276 casos. "Em geral, quanto maior a renda média do município, maior o número de veículos roubados. É uma questão de disponibilidade de alvos", explica o pesquisador e diretor da Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria de Segurança Pública, Túlio Kahn.

No entanto, só as Prefeituras de Diadema e São Caetano têm acesso à principal ferramenta que será utilizada no mapeamento dos crimes de roubo e homicídios: o Infocrim. Com o sistema, é possível cruzar informações, como o número de crimes que ocorre em determinada rua, horários e modo de agir dos criminosos. Na Região Metropolitana, outras três cidades têm acesso a esse banco de dados. Questionado se a falta do sistema pode prejudicar os trabalhos, o coordenador-geral do Fórum e prefeito de Guarulhos, Elói Pietá, é enfático: "Quem não tem, usa das polícias".

A expectativa é de que até o fim do próximo mês, os grupos de trabalho entre prefeitura, polícias e comunidade sejam formados nas cidades onde ainda não existem. Na região, Santo André, São Bernardo e Diadema já possuem o comitê. A discussão dos primeiros resultados deve ocorrer até o fim do ano. "Será uma disputa saudável entre os municípios para ver quem consegue reduzir mais os índices", diz Pietá. Com a consolidação dos trabalhos, a expectativa é de que outras modalidades de crime também sejam colocadas na pauta de discussões.




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