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Perueiros acertam trégua com Prefeitura de Belo Horizonte
Por Do Diário do Grande ABC
26/02/2000 | 13:02
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Depois de 53 horas de ocupaçao da principal avenida da capital mineira, os perueiros concordaram em retirar as cerca de 200 kombis e vans que estavam estacionadas em três das quatro pistas da Afonso Pena, no quarteirao do prédio da prefeitura de Belo Horizonte.

No final da noite de sexta-feira, após uma reuniao entre a comissao representativa da Prefeitura e a comissao dos perueiros, chegou-se a um consenso: os perueiros poderao trabalhar até o dia 9 de março - data em que está marcada uma reuniao entre representantes da BHtrans, da Prefeitura, dos perueiros e de vários segmentos da sociedade, para discutir a regulamentaçao-, livres da fiscalizaçao em cima da Lei Municipal 7.907, que regulamenta o transporte alternativo de passageiros na cidade.

Enquanto isso, a Prefeitura discute a elaboraçao de um projeto de lei do Executivo municipal, propondo a regulamentaçao do transporte alternativo. Os perueiros desobstruíram as três pistas na madrugada deste sábado.

Os perueiros ocupavam a Avenida Afonso Pena desde a noite de quarta-feira, após terem recebido, dos dirigentes da BHtrans, a recusa de negociar a regulamentaçao do transporte alternativo.

O objetivo era pressionar o prefeito a reabrir as negociaçoes. Depois de mais de dois dias agitando o centro da cidade, provocando, inclusive transtorno no trânsito das principais vias de acesso ao Centro da capital, os perueiros consideraram o acordo como o início de uma vitória. "Achei que foi um avanço vitorioso. Mas é uma vitória parcial, porque luta ainda teremos", avalia o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Autônomo de Passageiros e de Cargas de Minas Gerais - Sinttasp, Neemias Souza.

A expectativa entre eles é de que se consiga a regulamentaçao para trabalharem em toda a cidade, sem restriçoes, com o transporte de passageiros.

O prefeito Célio de Castro (PSB) disse sábado que foi "determinado e flexível" no caso dos perueiros e que nao permitiria que Belo Horizonte se transformasse em uma praça de guerra. Ele reconhece que existe uma falha no transporte normal da cidade, que permite que haja uma demanda que é suprida pelo transporte alternativo. Mas essa alternativa tem que ser fiscalizada, dentro da lei e dentro de uma fiscalizaçao rigorosa, disse ele, "como é, por exemplo, o transporte escolar".

A partir desta segunda-feira, começará a ser discutida a elaboraçao do projeto de lei a ser enviado à Câmara Municipal. Enquanto isso, os perueiros estarao atuando sob a fiscalizaçao da Prefeitura. Nenhum motorista sem carteira e nenhum carro que nao tenha condiçoes de atuaçao poderá circular nesse prazo dado pela Prefeitura, que vai até o dia 9 de março.




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