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Lucro da PQU desaba 56% em 2005
Luiz Federico
Do Diário do Grande ABC
10/02/2006 | 08:18
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O lucro líquido da PQU (Petroquímica União), localizada no Pólo Petroquímico de Mauá, caiu 56,2% no ano passado em relação a 2004, segundo relatório anual divulgado quinta-feira. A empresa fechou o caixa com R$ 82 milhões em 2005, ante R$ 187 milhões no ano anterior. De acordo com o diretor comercial da PQU, Marcelo Calil Bianchi, o fraco desempenho não resultará em cortes de funcionários nem alterará os planos de expansão da companhia.

De acordo com o relatório, a conjuntura econômica brasileira e o aumento significativo da nafta – subproduto do petróleo, principal matéria-prima utilizada na PQU para a produção de etileno – foram os principais motivos da redução nos lucros. Juros altos, real valorizado e escassez de investimentos do governo frustraram as expectativas positivas do setor petroquímico, em particular da PQU, para o ano de 2005.

Após modesta expansão de 1,1% no segundo trimestre, na comparação com o primeiro, os resultados da PQU começaram a piorar. À queda de 1,2% no PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre, soma-se a disparada do preço da nafta no mercado internacional, desencadeando um aumento repentino nos custos de produção da empresa. “A nafta subiu mais de 30% (em dólares) em outubro em relação a julho”, explica Bianchi. A cotação internacional da nafta, responsável por 85% dos custos de produção da PQU, chegou a US$ 590 por tonelada.

Quarto trimestre – Com a queda do PIB e o aumento do preço da principal matéria-prima, a PQU encerrou os três últimos meses de 2005 no vermelho. Foram R$ 2,7 milhões de prejuízo, ante os R$ 54,4 milhões de lucro registrados no mesmo período de 2004. “Foi o nosso pior momento no ano. Fomos prejudicados também por paradas de manutenção de alguns de nossos clientes de etileno”, diz o gerente comercial.

Bianchi destaca que embora os resultados de 2005 tenham ficado aquém do esperado, o volume de negócios oscilou pouco. O total de vendas no ano passado foi de 1,5 milhão de toneladas, 6% menos que em 2004. A comercialização do etileno também recuou 6%, registrando um volume de 448 mil toneladas. “O preço do etileno no mercado internacional aumentou 8% em 2005, mas isso não foi suficiente para absorver o achatamento da nossa margem de lucro”, ressaltou Bianchi.

Para 2006, as perspectivas são otimistas. “Claro que os resultados do ano passado não agradaram, mas queremos voltar a apresentar os mesmos resultados obtidos em 2004.” Para alcançar essa meta, a PQU terá de crescer mais de 50% neste ano – a expectativa de expansão do PIB nacional em 2006 é de 3,5%.

O plano da petroquímica é expandir a produção de etileno para 700 mil toneladas anuais até o final de 2008. “Não há mudança de rota e tampouco haverá demissões por causa dos resultados de 2005”, garante o executivo.




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