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Fracassa operação no Morro do Samba
Por Luciano Cavenagui
Vanessa Selicani
Especial para o Diário
16/02/2007 | 22:40
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A Polícia Militar realizou nesta sexta de manhã uma operação especial na favela do Morro do Samba, em Diadema. Foram enviados ao local 105 policiais, 40 viaturas, além da presença da cavalaria, canil e motocicletas. Apesar de todo o aparato, a PM não conseguiu prender nenhuma liderança ligada a Edilson Borges Nogueira, o Biroska, membro da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital), que gerencia o tráfico no local, embora esteja preso na Penitenciária II de Presidente Venceslau.

A operação ocorreu após a transmissão de um vídeo pela TV Bandeirantes – em que o PCC (Primeiro Comando da Capital) dá uma festa de Natal para a comunidade do morro e oferece droga gratuita aos convidados – e denúncia de ex-morador da favela sobre propina que policiais civis receberiam freqüentemente do tráfico da favela.

Sexta, os policiais tinham 11 mandados de busca e apreensão em barracos da favela. Segundo a PM, oriundos de informações baseadas no Disque-Denúncia. As acusações eram de tráfico de entorpecentes e esconderijo de quadrilhas.

A ação desta sexta foi semelhante à ocorrida entre julho e agosto do ano passado, quando a Tropa de Choque ocupou a favela. Na época, o objetivo principal era deter 17 pessoas associadas a Biroska. Ninguém foi preso.

“Prisões de pessoas importantes foram realizadas durante os meses anteriores. Estamos fazendo levantamento dos casos para depois informar ”, argumentou o coronel Cláudio Rissotto, comandante do CPA-M6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitnano 6), responsável pelo Grande ABC.

“O relevante é mostrar à população que o Estado, por meio da PM, atua no local, ao contrário do que pensam alguns criminosos”, disse o coronel José Quesada Farina, comandante do 6º Batalhão, de São Bernardo, e um dos coordenadores da operação desta sexta.

Na ação, realizada das 6h às 11h, a PM deteve dois rapazes, um deles adolescente. Foram pegos com um revólver 38 e são acusados de roubo de carro. A PM informou que foram revistadas 1.489 pessoas, entre motoristas e moradores. Onze veículos apreendidos.

O coronel Francisco Rissi Filho, integrante do CPA-M6 e responsável pela operação, não quis vincular a ação ao vídeo nem à denúncia publicada no Diário. “Essas operações são comuns e já realizamos em outros núcleos habitacionais também. Festas são normais na periferia e não temos como controlar todas.”

Filho considerou satisfatório o resultado da operação. “A população nos recebeu bem e de certa forma aliviada. Não tivemos resistências”, disse.

DECAPITADO
Josevaldo Caetano do Nascimento, 39 anos, encontrado decapitado em São Bernardo, no domingo, pode ter ligações com a fita da festa do PCC. Segundo a polícia, ele já tinha passagens por tráfico de drogas e atuava em Diadema. A polícia levantou a hipótese pelo modo que ele foi executado e porque a fita surgiu um dia após ele ser morto.

(Colaborou Rogério Gatti)



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