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Schumacher: ‘igualar a Senna foi forte’
Por Flavio Gomes
Da Warm Up, para o Diário
23/09/2005 | 08:44
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São quase 15 anos de Fórmula 1, 228 GPs, 83 vitórias, sete títulos, 64 poles, recordes que se perdem nas estatísticas. Mas ele guarda um lugar especial em suas lembranças para Ayrton Senna. Quinta-feira, Michael Schumacher finalmente se sentiu à vontade para falar de um momento sobre o qual se calou durante muito tempo. Monza, 2000. O alemão ganhou o GP da Itália e chegou a 41 vitórias na carreira. Igualou a marca do brasileiro, morto em 1994. Na entrevista coletiva depois da corrida, desabou num choro convulsivo quando lhe perguntaram sobre o feito. Não pronunciou uma palavra. Veja os principais trechos.

PERGUNTA – A Ferrari começou mal o campeonato, teve uma boa corrida em Imola, e depois despencou de vez. Afinal, o que aconteceu com vocês neste ano?

Michael Schumacher – É uma pergunta difícil de responder. Para ser sincero, nem nós sabemos. Tivemos alguns momentos bons, como em Imola, Mônaco e Budapeste. Mas foi só. A verdade é que os outros melhoraram. Mas mesmo dentro da equipe, continuamos nos perguntando o que foi que deu errado.

P – O fato de no ano que vem todo mundo começar praticamente do zero, com motores V8, é uma boa notícia? Afinal, a Ferrari errou a mão no carro só no último ano deste regulamento. Até que deu para aproveitar...


MS – Não sei se vai fazer muita diferença, porque estamos falando basicamente de motores. Todos terão dificuldades com os V8, mas a base de um bom carro sempre serve para alguma coisa. A gente espera fazer um bom carro. Mas não devemos achar que a simples mudança dos motores vá necessariamente alterar as forças no ano que vem. É preciso trabalhar para fazer um carro competitivo.

P – Você tem uma relação especial com o Brasil. Correu com Piquet, Barrichello e, agora, correrá com Massa. Três gerações diferentes, e você foi ficando. Curioso, não?


MS – É mesmo. Com Nelson eu não tive grande contato, foram cinco ou seis corridas. Com Rubens, claro que tivemos anos bem legais, a gente viveu bons momentos. Agora Felipe, que já conheço. É brasileiro demais...

P – Até quando vai durar isso?
MS – Enquanto vocês tiverem pilotos, talvez...

P – Falando em brasileiros, algo que marcou num passado recente foi seu choro em Monza quando igualou as vitórias de Senna. Na época, você não quis falar sobre isso. Cinco anos depois, me diga: por que aquela reação?
MS – Acho que agora posso falar sobre esse assunto. A verdade é que quando vi Ayrton pela primeira vez, ainda correndo de kart, fiquei muito impressionado com seu talento e sua forma de dirigir. Depois, de repente, estava correndo com ele. Estava no meio daqueles pilotos que eu via na TV. Aí tivemos algumas brigas, algumas delas feias, mesmo. No fim, no entanto, na época da tragédia, havia um enorme respeito entre nós. E merecer esse respeito do Ayrton, para mim, tinha um significado muito especial. Por isso que chorei daquele jeito em Monza. Foi um momento muito forte.




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