A vice-prefeita de São Caetano, Lucia Dal’Mas (PMDB), discute encabeçar candidatura própria ao Palácio da Cerâmica pelo Psol em 2016. A peemedebista, que rompeu com o chefe do Executivo, Paulo Pinheiro (PMDB), ainda em 2013, teria de se comprometer com a “pauta progressista” dos socialistas para garantir legenda e enfrentar seu atual correligionário, que tentará reeleição.

Desde que seu marido, Marco Antonio Dal’Mas foi exonerado da chefia da Ouvidoria no fim de março de 2013, na marca de três meses da administração do PMDB, Lucia atua com olhar ‘fiscalizador’ aos atos de Pinheiro. O perfil da vice em redes sociais, como o Facebook, tem sido utilizado como principais ferramentas para apontar e criticar “os erros” do prefeito. Nos bastidores, fala que sua candidatura à Prefeitura no ano que vem é irreversível.

“Existe conversa informal entre o grupo político da Lucia e o Psol, dois blocos que são oposição e não concordam com governo do Paulo Pinheiro. Se a conversa caminhar (pela migração entre as siglas), ela terá de se comprometer a representar uma alternativa progressista para São Caetano”, alegou o presidente municipal do Psol, Thiago Cavallini.

A pauta em questão inclui bandeiras históricas do Psol são-caetanense, defendidas desde 2008, quando o então vereador Horácio Neto inaugurou o partido nas disputas pelo Palácio da Cerâmica. Cavallini listou exigência para que a atual vice execute revisão e auditoria nos grandes contratos do Paço de concessão das linhas de ônibus (Vipe, Viação Padre Eustáquio), lixo (aterro da Lara), construção (Emparsanco), mão de obra (TB, Transbraçal), Saúde (FUABC, Fundação ABC) e trânsito (Ensin).

“O Psol defende aprofundar a participação popular no governo com abertura de canais efetivos para a população, com valorização dos conselhos públicos e construção de Orçamento junto ao povo. A revogação da taxa do lixo, cobrada de forma irregular (junto ao IPTU, Imposto Predial e Territorial Urbano) é fundamental. Temos essa demanda e o partido tem condições de ter candidatura própria com outros nomes mais jovens que fazem parte do partido”, disse.

Para se candidatar, Lucia teria que se desfiliar do PMDB, legenda que poderá requisitar seu mandato na Justiça Eleitoral por infidelidade partidária. Por outro lado, há pareceres em Brasília que defendem a tese de que as regras da lei não podem ser aplicadas aos casos de cargo majoritário.

A relação da vice-prefeita com a atual presidente do PMDB de São Caetano, Gica Pinheiro, é de estremecimento. O rompimento político com o Paço criou duas versões para o episódio. A contada por Lucia é que não havia espaço para nomeações de aliados, opinar nas decisões do Executivo e discordância da postura do prefeito.

Em contrapartida, Pinheiro afirmou, à época, que Lucia tentou mudar a legislação para manter seu marido na Ouvidoria. A vice teria pedido que a exigência de curso superior – diploma que Dal’Mas não tem – para chefiar a entidade fosse alterada, o que foi rejeitado pela cúpula do governo.