O primeiro-ministro Yevgeny Primakov voltou a pedir nesta segunda-feira a suspensao dos bombardeios da Otan à Iugoslávia e um porta-voz da marinha esclareceu que a Rússia tem apenas um navio no Mediterrâneo. ``Quero dizer novamente que os bárbaros bombardeios da Otan sao um erro trágico', disse Primakov, citado pela agência ITAR-Tass. ``Desestabilizam a situaçao em Kosovo e levam a resultados diretamente opostos na regiao, nos Bálcas e na Europa de modo geral'. A Rússia se opoe com firmeza aos ataques, mas até agora sua reaçao foi apenas simbólica.

Um só navio de inteligência, o Liman, zarpou de Sebastopol, passou pelo estreito de Bósforo e chegou ao Mediterrâneo. A Rússia enviou o navio para vigiar os navios da Organizaçao do Tratado do Atlântico Norte que participam do ataque à Iugoslávia.

A Rússia tinha comunicado à Turquia, membro da Otan que controla o estreito de Bósforo, que enviaria sete navios. Mas hoje disse que os outros seis continuam em Sebastopol. ``O Liman está no Mediterrâneo', disse o porta-voz da marinha Igor Dygalo. ``Os outros seis estao prontos na base. Se for tomada a decisao política, podem partir a qualquer momento'. A Otan prefere que os navios russos nao se dirijam ao Mediterrâneo, embora o presidente Boris Yeltsin tenha dito várias vezes que Moscou nao intervirá no conflito.

O líder comunista Gennady Seleznyov, presidente da Duma, a câmara baixa do parlamento, vai levar uma delegaçao amanha à Iugoslávia. Seu objetivo é um encontro com o presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, disse a agência Interfax. Um grupo de oposiçao à Otan, a Frente Popular Patriótica, disse que mais de 800 russos se ofereceram para lutar ao lado das forças iugoslavas. A Rússia é aliada da Iugoslávia, mas sua desesperadora situaçao econômica e a deterioraçao de suas forças armadas limitam muito sua capacidade de influir na Otan.