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São Bernardo amplia coleta porta a porta

Material reciclável passa a ser recolhido também em Jordanópolis e Paulicéia

Por Drielly Gaspar
Especial para o Diário
17/07/2013 | 07:00
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São Bernardo anunciou ontem que ampliará a coleta de recicláveis porta a porta na cidade. Os próximos bairros que receberão a iniciativa são Paulicéia e Jordanópolis, a partir de 3 de setembro. O início dos trabalhos, no entanto, é imediato: durante 45 dias, será feita campanha de conscientização dos moradores. Nesses locais, o caminhão especial passará às terças, quintas e sábados.

O prefeito Luiz Marinho (PT) avalia que o contato antecipado das equipes com a comunidade é parte fundamental da ação. “É um trabalho permanente de comunicação. Pedimos ajuda aos comércios, às igrejas de todos os segmentos religiosos, aos times de futebol e aos movimentos organizados no sentido de ter o processo mais completo possível”, diz.

Rudge Ramos foi o primeiro bairro a receber a coleta seletiva, no início de junho. Um mês depois, o resultado foi positivo. Segundo a Prefeitura, foram arrecadadas 32 toneladas de materiais recicláveis. Se somadas com o volume depositado nos PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) o número sobe para cerca de 44 toneladas. Com isso, uma única região conseguiu elevar o reaproveitamento de lixo de 0,8% para 1,25% em toda a cidade.         

Para Marinho, esse é um crescimento razoável e dentro das expectativas, visto que essa fase ainda é a experimental. “É o triplo do que se coletava, mas tem potencial para melhorar.”

Os moradores que aderiram à coleta afirmam que o serviço funciona bem. O comerciante Abel Gouveia, 59, faz a separação de materiais em casa e também em seu estabelecimento, onde também faz “propaganda” da iniciativa. “Tem gente que passa aqui e pergunta se sei quando o caminhão da coleta seletiva passa. Por isso coloquei cartaz na parede com o dia e ao horário para facilitar a participação”, conta.

Um novo veículo foi apresentado na manhã de ontem como mecanismo de aperfeiçoamento do projeto. O equipamento possui compartimento próprio para armazenamento de vidro, o que torna a remoção mais segura e a separação, mais eficiente.

Apesar do sucesso, a coleta porta a porta ainda enfrenta problemas com a baixa adesão em condomínios residenciais. De acordo com o secretário de Serviços Urbanos da cidade, Tarcísio Secoli, isso acontece porque em muitos edifícios não há lixeiras específicas para o depósito do material. “Alguns prédios foram construídos nos anos 1950 e 1960 e não existia essa preocupação. Então é preciso pensar em como adaptar”, explica.           

 Para que esse problema seja resolvido, o prefeito explica que será necessário conversar com os síndicos e zeladores. Ele não descarta a aplicação de multas para quem não se ajustar. “Nós vamos trabalhar gradativamente para implementar esse processo. A multa é o último recurso.”

 
 

Reciclagem incentiva oportunidades de emprego

A coleta porta a porta de São Bernardo tem parceria com a cooperativa Raio de Luz, que atua na cidade há cerca de dez anos. Com a implementação do projeto no Rudge Ramos, a entidade ganhou prédio com dois galpões voltados para o trabalho com os materiais recolhidos. “Antes do projeto, recolhíamos duas toneladas de material por dia. Hoje são aproximadamente seis”, conta o coordenador Reginaldo Rufino dos Santos.

Em função do aumento de materiais coletados, o número de empregados também precisou ser ampliado. “Tínhamos 25 funcionários e hoje temos 45 fazendo a separação de materiais”, afirma Reginaldo.

Com a expansão do projeto para os bairros Jordanópolis e Paulicéia, a expectativa de trabalho é maior. “Como mais regiões irão aderir, também cresce o material coletado. Isso dá oportunidade para pessoas que estão nas ruas como catadores terem renda maior”, explica.

O prefeito Luiz Marinho (PT) reforça que essa é uma das intenções do projeto. “A ideia é criar demanda que seja capaz de incorporar cada catador que atua hoje na cidade à cooperativa, para que tenha renda e situação de vida melhores”, diz Marinho. 




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