Política Titulo R$ 245 mil
Frota de Ribeirão
fica sem combustível

Fornecedor interrompeu abastecimento por dois dias e cobra
dívida pela não quitação do repasse entre agosto e dezembro

Por Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
18/01/2013 | 07:00
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Os veículos da Prefeitura de Ribeirão Pires ficaram sem combustível terça-feira e quarta-feira porque, por falta de pagamento, o fornecedor interrompeu o abastecimento. Contratado em julho de 2011, o posto Petrobras da Avenida Francisco Monteiro, no Centro, cobra dívida de R$ 245 mil do município pela não quitação do repasse entre agosto e dezembro. O atendimento foi normalizado no fim da tarde de ontem.

O estabelecimento na região central da cidade é responsável por abastecer toda frota municipal, além dos carros do Corpo de Bombeiros e as ambulâncias. O empreendimento pertence a Cristiane Rimaik Eid, mãe do vereador Gabriel Eid Roncon (PR). Segundo funcionários da Prefeitura ouvidos pelo Diário, metade da frota ficou nos pátios por falta de combustível.

A empresária reuniu-se ontem com o secretariado do governo Saulo Benevides (PMDB) e saiu do encontro com a promessa de que o valor será pago assim que possível. "Não tive outra escolha e precisei interromper a prestação de serviços. Estava preocupada com a situação financeira, mas tenho minha preocupação de cidadã. Sentiria-me culpada em deixar veículos que cuidam de serviços essenciais sem combustível. Estou dando um voto de confiança ao novo governo."

Cristiane destacou que o pagamento da dívida está respaldado por lei, mas não deseja levar a pendência para a Justiça por conta da demora. "O dinheiro está empenhado para mim legalmente. O problema é que não deixaram a verba em caixa para pagar."

O ex-prefeito de Ribeirão Clóvis Volpi (PV) confirmou que saiu do cargo sem quitar os débitos com o posto de gasolina. "Acredito que deixei alguns meses sem pagar. Cabe ao governo (de Saulo) ir lá e negociar. Fiz isso durante oito anos e não um mês só", alegou o verde.

Cristiane venceu a licitação para fornecer o combustível para a Prefeitura em julho de 2011. O contrato foi renovado e é válido até julho. A empresária admitiu que desde o ano passado tem dificuldade em receber as prestações, que, em média, são de R$ 50 mil mensais. "Quando eu ameaçava interromper o serviço, eles me pagavam. Isso ocorria a cada três meses", relembrou.

O contrato firmado prevê que o serviço só pode ser interrompido se não houver pagamento durante três meses consecutivos.

Volpi confirmou que a quitação só era feita mediante as ameaças de paralisação do serviço. "Mandava tirar de algum outro setor para pagar o combustível. Sempre ia até o posto conversar, porque esse problema não é de hoje", disse o ex-prefeito.

A dívida com o posto de gasolina é só mais um capítulo dos problemas financeiros da cidade. Saulo divulgou que o Executivo possui deficit de R$ 37 milhões, podendo ultrapassar os R$ 40 milhões até o fim do mês.

 

 




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