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1,1t de mercadoria pirata é triturada
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
01/06/2006 | 07:51
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Mauá sediou quarta-feira a maior destruição de produtos irregulares da história do país, segundo a Receita Federal. Foram destruídas 1.110 toneladas de mercadorias pirateadas e contrabandeadas em um aterro da empresa de tratamento de resíduos Lara, localizada no bairro Sertãozinho.

Entre os produtos que foram triturados e enterrados no local, estão 330 toneladas de cigarros, 210 toneladas de máquinas caça-níqueis, 25 toneladas de CDs e DVDs, além de 115 toneladas de bolsas, óculos, roupas e calçados. O valor estimado das mercadorias é de R$ 20 milhões. Se estivessem no mercado, o prejuízo que os produtos dariam aos cofres federais seria de R$ 5 milhões.

De acordo com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, 60% das apreensões ocorreram durante o ano passado em São Paulo e o restante nos demais Estados, com destaque para o Porto de Santos e a Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR), na fronteira com o Paraguai.

"Esses produtos não puderam ser doados ou reciclados porque não houve autorização das empresas lesadas e também muitas mercadorias poderiam causar risco à saúde das pessoas", afirmou Rachid.

De acordo com o chefe da Divisão Nacional de Repressão ao Contrabando e Pirataria da Receita Federal, Mauro de Brito, o Grande ABC representa um percentual pequeno de apreensões no Estado. "Focamos nossas ações nos grandes locais de distribuição das mercadorias, especialmente portos e aeroportos. Na região, Santo André e São Bernardo são centros consumidores, mas em escala bem menor que na Capital", disse Brito.

Presidente do Conselho de Combate Nacional à Pirataria, órgão do Ministério da Justiça, Luís Paulo Barreto, descreveu como é o esquema de produção e distribuição dos produtos ilegais que são achados no Brasil.

"Cerca de 75% das mercadorias são produzidas no sudeste asiático, em países como China, Taiwan e Hong Kong, e entram no país principalmente via Paraguai e Uruguai. Os produtos são levados para São Paulo e distribuídos para o resto do Brasil", afirmou Barreto.

Em 2004, a Receita apreendeu R$ 462 milhões em mercadorias e, no ano passado, R$ 600 milhões. De janeiro a maio deste ano, o volume apreendido soma R$ 250 milhões. Segundo Barreto, a pirataria no Brasil movimenta R$ 27 bilhões por ano. "Se conseguíssemos acabar com a pirataria em todo país, seriam gerados dois milhões de empregos. O ato de hoje mostra o resultado do trabalho de todos os nossos agentes e a seriedade com que o crime está sendo combatido", disse o representante do Ministério da Justiça.




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