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Fevereiro laranja estimula discussão sobre leucemia

Pacientes que enfrentam a doença defendem conscientização sobre sintomas e tratamento

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
18/02/2019 | 07:00
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Denis Maciel


 Luta. Essa é a palavra usada por Antônio Victor de Araújo Guimarães, 16 anos, para resumir a trajetória percorrida entre o diagnóstico e a cura da leucemia – câncer que ocorre na formação das células sanguíneas. Após descobrir a doença, aos 13 anos, o morador do Macapá, no Amapá, foi transferido para a Casa Ronald McDonald ABC, em Santo André, onde foi submetido a tratamento durante dois anos. Para o menino, o fortalecimento de campanhas de conscientização sobre o mal e de orientações sobre o conhecimento dos sintomas e das terapias disponíveis – principal foco do chamado Fevereiro Laranja – é essencial para ajudar os pacientes.


“Acredito que quem descobre que tem a doença não pode desistir. Quanto antes o diagnóstico é feito, melhor para o tratamento. O caminho é difícil, de muita luta, mas, depois, colhemos glórias”, destaca Guimarães, emocionado. Ele foi diagnosticado com o tipo mais comum da doença, que é a LLA (Leucemia Linfoblástica Aguda) e diz que não contava com recursos para o tratamento na sua cidade natal. “Quando cheguei na Capital, a doença já estava muito avançada”, lembra. Os primeiros sintomas da leucemia se resumiram a cansaço, comenta o jovem. “Fui ao médico e disseram que eu estava com dengue. Dois dias depois, voltando da escola, desmaiei três vezes. Ao chegar no hospital, o médico que me atendeu já disse que eu estava com leucemia. A doença apareceu no exame de sangue comum. Ali começou a incansável luta pela vida”, comenta.

Para ele, por mais cansativo que seja o tratamento, vale a pena manter o pensamento positivo. “Hoje não sinto mais nada, e estou muito bem. Voltei para casa e só venho ao instituto (Casa Ronald) a cada dois meses para realizar exames de controle. Estou curado”, comemora.

A pequena Amanda Lacerda Saraiva, 4, é conterrânea de Guimarães e tem um ano de tratamento pela frente. Apesar das dificuldades do dia a dia, a garota esbanja energia. A mãe, a dona de casa Ana Cláudia Lacerda do Amaral, 35, considera que a filha dá lição de vida. “No início do tratamento foi difícil. Agora, ela está até indo para a escola, o que é uma grande alegria. Sei que daqui um ano estará tudo bem e voltaremos para casa”, confia ela, que deixou quatro filhos no Macapá.

CONHECIMENTO

Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer) são esperados 10,8 mil novos casos de leucemia para este ano. Balanço mais recente do Datasus (Banco de Dados do Ministério da Saúde), de 2016, contabiliza 7.061 mortes em decorrência da doença no País, número 3% maior do que um ano antes.

Para a hematologista infantil do Hospital América de Mauá, Bianca Ribeiro Barreto, quanto mais cedo é feito o diagnóstico maior a estratégia de terapia e remissão do quadro. O tratamento da leucemia visa eliminar as células malignas, para isso, são realizadas medicações quimioterápicas. Em alguns casos, o transplante de medula óssea é indicado. “Conseguimos nos prevenir da leucemia evitando alguns fatores de risco, como aqueles associados à exposição à radiação ionizante, solventes orgânicos (benzeno) e pesticidas”, finaliza.

FEVEREIRO ROXO

Além da leucemia, marcada pelo Fevereiro Laranja, o mês também alerta sobre três doenças incuráveis: lúpus, fibromialgia e Alzheimer. O Fevereiro Roxo, visa conscientizar para o diagnóstico precoce, já que os tratamentos podem amenizar os sintomas e devolver a qualidade de vida aos pacientes, explica a reumatologista infantil e professora de medicina da Uninove (Universidade Nove de Julho), em São Bernardo, Elisabeth Fernandes.




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