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Corredor ABD ganha sistema de bilhetes com tecnologia QR Code

Projeto piloto, que permanece por 30 dias em fase
de testes em Sto.André, apresenta falhas e é criticado

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
15/07/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Usuários do Corredor ABD passaram a contar, a partir desta semana, com mais uma plataforma para a aquisição de passes que dão acesso ao sistema de trólebus da Metra. Trata-se de serviço de bilhetagem eletrônica com a tecnologia QR Code (códigos para leitura por celular). O projeto piloto, que está disponível somente no Terminal Oeste de Santo André, desde segunda-feira, foi lançado oficialmente ontem.

Desenvolvido pela empresa Autopass, responsável pelo Cartão BOM, o serviço de bilhetagem com tecnologia QR Code é uma iniciativa inédita na América Latina. A ideia é que o sistema ofereça aos usuários de trólebus mais segurança e praticidade na compra dos seus passes.

“Esse modelo irá possibilitar que o usuário possa comprar pelo próprio celular o seu bilhete. Imagina a comodidade do passageiro fazer isso de casa ou do trabalho. Com a implantação dessa tecnologia, passageiros que utilizam o Corredor ABD contarão com três opções de serviços de venda: os guichês, os terminais eletrônicos e agora o QR Code”, destaca Rubens Gil, CEO da Autopass.

Na avaliação da Metra, além de otimizar o atendimento dos usuários, o sistema também deve inibir o comércio irregular de venda de bilhetes, problema já noticiado pelo Diário diversas vezes.

 

FALHAS

Apesar da iniciativa inédita, o projeto piloto apresenta série de falhas. A primeira é que, por enquanto, o serviço de compra pelo celular, principal vantagem oferecida pelo modelo, ainda não está disponível. No momento, somente um guichê de atendimento no terminal de Santo André será direcionado para a emissão do novo tipo de bilhete, que atualmente é feito em papel.

A expectativa de Metra e Autopass é que a fase de testes dure cerca de 30 dias. Após esse processo, representantes de ambas as empresas irão se reunir para verificar a possibilidade de estender o serviço em todo o corredor, incluindo os trajetos entre São Mateus/Jabaquara e Diadema/Berrini.

Segundo executivos das empresas, a liberação de compra pelo celular deve acontecer até o fim deste ano, mas a informação ainda é preliminar.

Outro problema do sistema está na aquisição fora dos terminais. De acordo com a Metra, o novo modelo irá possibilitar a ampliação de postos de venda, tendo em vista que comerciantes não precisarão mais adquirir os tradicionais bilhetes de papel. Entretanto, o projeto não possui previsão para sair dos guichês dos terminais.

Além disso, outro problema pode dificultar a ampliação do sistema. Segundo a Autopass, os trólebus precisam aprimorar sua tecnologia para que usuários consigam utilizar o bilhete com QR Code nos veículos. “Hoje temos alguns pontos cegos, o que dificultaria a passagem do passe, pois a catraca pode não reconhecer o código no celular, ma isso é algo que vamos melhorar”, garante o CEO da empresa.

 

Passageiros divergem sobre serviço

 

Passageiros do Corredor ABD ainda divergem sobre o projeto piloto lançado oficialmente ontem pela Metra e a empresa Autopass. Segundo usuários, as vantagens do sistema são muito mais benéficas para quem controla os trólebus que para quem utiliza diariamente.

“Sinceramente acho que isso é mais vantajoso para eles (empresas) que para nós, usuários. Comprar esse papel de QR Code é a mesma coisa que comprar um bilhete. Outro ponto é que esse papel é muito mais fácil de se perder do que o passe normal”, relata o segurança Diego Alves, 27 anos, um dos passageiros que experimentou ontem o novo serviço.

Para a vendedora Aline Braga, 23, o sistema é vantajoso, mas só será eficiente a partir do momento em que for expandido. “Acho que quando estiver funcionando em todos os terminais e comércios, aí sim terá utilidade. Por enquanto, não vejo muito sentido.”

Usuário do sistema de trólebus há sete anos, o líder de vendas Fernando Almeida Dutra, 34, avalia de maneira positiva o projeto. “Acho que a ideia é ótima. Grande parte dos usuários é jovem e segue essa tendência de tecnologia. Quando o pessoal entender o sistema, tenho certeza que muitos vão aderir”, afirma.  




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