O São Paulo se complicou no Morumbi e <CF51>respira por aparelhos</CF> na Libertadores. Ontem, o Tricolor foi envolvido pelo Atlético Nacional, da Colômbia, e perdeu por 2 a 0 a partida de ida da semifinal diante de quase 62 mil torcedores. Além disso, tem desfalque do zagueiro Maicon, expulso, para o confronto decisivo, às 21h45 de quarta-feira, em Medellín. No mesmo horário, hoje, o Independiente del Valle, do Equador, recebe o Boca Juniors, em Quito, na partida de ida da outra semifinal.

O duelo confirmou a expectativa e foi duro desde o início. O São Paulo aplicou pressão, mas os colombianos souberam suportá-la, não deixando os adversários entrarem em sua área. Tanto que o Tricolor só criou uma chance no começo, aos 15 minutos, quando Thiago Mendes arriscou de fora da área e fez Armani praticar boa defesa.

Depois do susto, o Atlético Nacional equilibrou as ações e passou a fazer o que queria – ter a bola para gastar o tempo. Com paciência, os colombianos trocavam passes e, em muitas oportunidades, colocaram os são-paulinos na roda. Além desta tática, se utilizaram da tradicional cera em toda saída de bola, atrasando ao máximo o reinício do jogo, para ira da torcida tricolor.

Já o São Paulo não sabia o que fazer com a bola, sentindo falta de Ganso, seu principal articulador. Encarregado da função, Ytalo não conseguiu desempenhá-la, restando Michel Bastos para tentar algo diferente, mas sem sucesso.

Depois de um marasmo, a torcida quase soltou o grito de gol aos 44, quando Calleri escorou para Michel Bastos que, de primeira, acertou um belo sem-pulo para Armani espalmar.

Na segunda etapa, os colombianos se soltaram mais e quase marcaram em duas oportunidades – aos 12, Moreno puxou contra-ataque e rolou para Borja, que finalizou com desvio da zaga e assustou Denis. No escanteio, o centroavante carimbou o travessão.

A missão do São Paulo ficou mais complicada quando, aos 28, Maicon foi expulso por agressão a Borja. A partir daí, o Atlético Nacional dominou e não demorou muito para abrir o placar. Aos 36, após troca de passes envolvente, Borja saiu na frente de Denis, escolheu o canto e correu para o abraço – 1 a 0.

O cenário ficou pior aos são-paulinos aos 43. Em outra triangulação bem executada, Borja saiu livre no meio da área, ampliou – 2 a 0 – e colocou um pé do Atlético na final.

Jogadores reclamam de rigor do árbitro

O árbitro argentino Mario Vigliano foi alvo de críticas dos jogadores do São Paulo após a partida no Morumbi. Na avaliação dos atletas brasileiros, houve rigor excessivo na expulsão de Maicon, que se envolveu em confusão com Borja e foi advertido com o cartão vermelho.

“Jogar com um jogador a menos é sempre difícil. Não foi para expulsão, o árbitro foi muito rigoroso e prejudicou nossa equipe”, chiou o goleiro Denis. “Não foi para expulsão. É muito estranho dar vermelho para nós e amarelo para eles”, reclamou o volante João Schmidt, se referindo à punição a Borja no entrevero com o são-paulino. “Com certeza errei, mas ao meu ver não foi uma agressão para receber o cartão vermelho. Assumo toda responsabilidade por ter comprometido o resultado e decepcionado torcedores e companheiros. Estou aqui para pedir desculpas”, posicionou-se Maicon.

Apesar da dificuldade de reverter os 2 a 0 na Colômbia, ainda há esperança na classificação à final . “Como eles fizeram dois gols aqui, temos de fazer lá e nos classificar para a final”, disse o goleiro Denis.

Torcida entra em confronto com a Polícia Militar fora do estádio

Após a partida, parte da torcida são-paulina entrou em confronto com a Polícia Militar nos arredores do Morumbi. Ao menos 40 bombas de efeito moral foram utilizadas, o que acabou assustando muitos que ainda não haviam deixado o local. Um torcedor com o filho procurou a reportagem do Diário buscando informações e decidiu esperar a situação se acalmar para deixar o local. Três torcedores feridos sem gravidade foram atendidos no ambulatório do estádio e liberados.

Antes da partida, porém, a torcida fez bonita festa, utilizando sinalizadores na chegada do ônibus e na entrada das equipes. Também cantou alto durante parte do confronto, apesar da decepção pelo revés.

RECORDE

O São Paulo quebrou recorde de público ontem, ao levar 61.766 torcedores ao Morumbi para assistir à derrota por 2 a 0 para o Atlético Nacional, na semifinal da Libertadores, superando em quase 500 pessoas o duelo das quartas contra o Atlético-MG, também na Capital.

Além disso, o Tricolor teve a quarta maior renda da história do futebol brasileiro – R$ 7,5 milhões. A final da Libertadores de 2013 entre Atlético-MG e Olimpia-PAR rendeu R$ 14 milhões; a decisão da Copa do Brasil de 2013 entre Flamengo e Atlético-PR amealhou R$ 9,7 milhões, enquanto o amistoso Brasil e Inglaterra, em 2013, acumulou R$ 8,6 milhões.