Política Titulo
Saulo reduz e vai parcelar reajuste em negociação com sindicato

Prefeito de Ribeirão fecha acordo com Sindserv e irrita Sineduc; reposição cairá de 11,8% para 4,5%

Por Vitória Rocha
Especial para o Diário
01/07/2016 | 07:00
Compartilhar notícia


O prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), firmou acordo ontem de manhã com o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) da cidade para mudar o pagamento do dissídio a todo funcionalismo, em negociação que atropelou as tratativas com o Sineduc (Sindicato dos Professores de Escolas Municipais), entidade que até organizou paralisação contra o governo.

Pela manhã, em reunião com a presidente do Sindserv, Simone Beatriz Miranda, Saulo ofereceu parcelamento do reajuste. Também reduziu a confirmação do percentual anteriormente oferecido, alegando dificuldades financeiras. No primeiro semestre, houve aprovação do aumento de 11,8% nos salários da categoria. Agora, só 4,5% estão assegurados e serão quitados em três parcelas (entre agosto e outubro). “O restante do pagamento dependerá da arrecadação e previsões orçamentárias”, disse o Paço.

O acordo selado com o Sindserv reduz em 7,3 pontos percentuais o reajuste salarial anteriormente prometido e está bem abaixo dos índices de inflação dos últimos 12 meses. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontou que entre abril de 2015 e abril deste ano a inflação foi de 10,5%.

O Sindserv é considerado, nos bastidores políticos de Ribeirão, mais simpático à gestão Saulo, enquanto a presidente do Sineduc, Perla de Freitas, é acusada de agir partidariamente a favor do ex-prefeito Luiz Carlos Grecco (PRB), pré-candidato na eleição de outubro. A dirigente, inclusive, foi autora de pedido de impeachment de Saulo na Câmara pelo atraso na quitação do dissídio e suposto desvio de recursos da Educação – a solicitação foi rejeitada pelos vereadores.

Para Perla, o que aconteceu foi um golpe. “É inadmissível o Sindserv fazer acordo que irá prejudicar a categoria, a deles e a nossa. É uma conta que não fecha. É visivelmente um acordão. Não aceitamos esse golpe. Na segunda-feira começa recesso escolar, então vamos manter nossa mobilização e vamos discutindo com a categoria as próximas ações”, disse.

Segundo a administração Saulo, o pagamento total do reajuste de uma só vez poderia dificultar o depósito dos vencimentos ao funcionalismo público. “A Prefeitura reforça que o governo municipal ainda teme agravamento da queda na arrecadação, o que pode resultar em atrasos no pagamento de salários dos servidores. A medida, portanto, visa garantir os direitos dos trabalhadores públicos frente à severa crise que se agrava sobre o País.” 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;