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Por falta de um, Diadema terá dois times
Dérek Bittencourt
do Diário do Grande ABC
10/10/2011 | 07:17
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A cidade de Diadema completa em dezembro 52 anos e em 2012, pela primeira vez, estará representada em uma competição de futebol profissional, o Campeonato Paulista da Segunda Divisão. E não bastasse um time, o município terá dois disputando o torneio. Além do Clube Atlético Diadema, que há dois anos dedica-se apenas às categorias de base, o trintão Esporte Clube Água Santa vai deixar o amadorismo e a várzea para tornar-se filiado à Federação Paulista de Futebol.

Berço de diversos craques como Denílson, ex-São Paulo, Bétis e Seleção Brasileira, Lucas, meia do São Paulo, David Luiz, zagueiro do Chelsea, Fábio Ferreira, zagueiro do Botafogo, Romarinho, meia do Porto, e outros, a cidade sempre mostrou nos campeonatos amadores que ama o esporte. Tanto que os jogos levam aproximadamente 5.000 pessoas aos campos espalhados pelo município aos domingos.

Agora com dois times profissionais, os diademenses poderão vislumbrar duelos contra Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos em até quatro anos. O diretor de futebol do Água Santa, Marcos Boccatto, no entanto, prefere manter a calma. "Futebol é momento e queremos montar um time para ficar entre os quatro (na Segunda Divisão). Depois, pensar no título. A partir daí, é outra história. Vivemos o momento máximo do futebol amador. Vamos aproveitá-lo e levar ao profissional", disse o dirigente, citando o fato de o Água Santa ser o atual tricampeão da várzea diademense.

Na visão do presidente do CAD, Paulo Lofreta, porém, a cidade não comporta ambas as equipes. "Não vejo problemas em ter dois times, só acho que a Prefeitura não tem estrutura para isso", criticou Lofreta, que disse não saber d a profissionalização do rival. "Desconheço essa informação. Tudo o que sei é pela imprensa."

Mas Marcos Boccatto pensa diferente. "Se São Bernardo comporta três times, porque Diadema não pode ter dois?", questionou, citando o fato de a cidade ter quase 400 mil habitantes (386 mil), e o Água Santa seguir o mesmo caminho do Flamengo de Guarulhos e do Taboão da Serra, times de cidades populosas que saíram da várzea rumo ao profissional.

Uma prática que já é realidade no CAD será implantada no Água Santa para 2012: ter obrigatoriamente três categorias disputando competições da FPF. Dessa forma, além da equipe principal formará duas de base (sub-15 e 17).

 

Dinei será o Fenômeno do time azul e branco

Dinei mostrou durante o reality show A Fazenda 4 que além de corintiano tem outro clube no coração: o Água Santa. Se todos esperavam-no vestindo somente preto e branco, muitos se surpreenderam ao vê-lo com camisa azul e branca. Poucos sabem, mas o atacante atuou na várzea diademense no fim da carreira justamente pelo clube e agora está nos planos para jogar e servir como estratégia de marketing.

"Queremos que o Dinei seja para nós como o Ronaldo para foi o Corinthians. Já fizemos o convite. A imagem dele é muito forte no Brasil todo e tem uma relação forte com o Água Santa, porque jogou aqui e o clube o ajudou em momento difícil de sua carreira", afirmou o diretor Marcos Boccatto, que garante a espontaneidade do jogador em utilizar a camisa número 18 no reality.

Enquanto isso, o presidente da Liga de Futebol Amador de Diadema, Antônio Marcos da Silva, lamenta perder "uma potência" para o torneio de 2012, mas está feliz pela decisão. "É motivo de satisfação para nós e terá apoio de todos os filiados, porque são co-irmãos. Agora o Amador vai ter condições iguais para todos."

 

Meta é crescer, mas manter o pé no barro

No dia 27 o Água Santa comemora 30 anos e como presente pagou R$ 600 mil à Federação Paulista de Futebol por sua filiação à entidade. Mas apesar de disputar competições profissionais a partir do ano que vem, o clube não quer perder sua essência de várzea.

"O Água Santa nasceu pé no barro e tem de viver pé no barro. A origem é essa", disse o diretor de futebol Marcos Boccatto, que já passou por São Paulo, Guarani, Noroeste e Barueri, além do futebol japonês e mexicano antes de integrar o projeto diademense, e aguarda o protocolo da filiação. "Começaremos do zero. Parar com o amador, toda a importante história vai para o álbum e administrar o profissional."

O que levou Boccatto a acreditar que era possível profissionalizar o clube foi a torcida e tudo que envolve o Água Santa na cidade. "Conversávamos sobre projetos e me lembrei que a cada jogo da Liga (Amadora) eles levam 5.000 pessoas. Na final, tinham varais com camisas para vender do lado de fora do estádio. Nunca tinha visto equipe amadora com tal febre. Então sugeri: se a cidade de 400 mil torcedores tem um time que leva 5.000, se profissionalizar emplaca. É a chance de unir a razão de se ter uma equipe com a emoção de torcer por ele. E o pessoal aceitou na hora", relembrou.

"Entre material esportivo, ambulantes e outras informalidades, o Água Santa movimenta cerca de R$ 300 mil por ano e ainda gera empregos e receita na cidade", emendou.

O Água Santa busca local para montar Centro de Treinamento, alojamento e administrativo até janeiro. Além disso, preocupa-se em montar a partir de novembro um time com a cara de Diadema. "Queremos uma equipe com 70% de atletas da cidade. Não sou contra trazer de fora, mas com o que temos aqui não tenho dúvidas que formo um time competitivo", afirmou Boccatto.

Paulo Siqueira de Farias e Revelino Teixeira de Almeida são os dirigentes a comandar o EC Água Santa.

 

CAD só disputará Segundona se estádio estiver pronto

O Clube Atlético Diadema por mais de uma vez declarou que sua intenção é disputar o Campeonato Paulista da Segunda Divisão em 2012. O presidente Paulo Lofreta, porém, põe uma condição para que isso aconteça, pressionando a Prefeitura e o secretário de Esportes Antonio Vanderly Lima.

"Pretendemos disputar desde que tenha estádio", afirmou o dirigente, referindo-se ao campo do Jardim Inamar. O local, que recebe em seu gramado sintético jogos das divisões de base do próprio CAD e partidas do futebol amador da cidade, está sob promessa de reforma há pelo menos nove meses.

Extraoficialmente as intervenções no estádio começarão hoje. Existe a necessidade de adaptar o local à capacidade de 5.000 torcedores, exigência mínima da Federação Paulista de Futebol para que um clube dispute a Segundona.

Burocracias à parte, o CAD já possui inclusive time para entrar em campo caso tudo se resolva. "Temos parceria com o Juventus e desse elenco que está disputando a Copa Paulista todos são nossos. Eles disputariam a Série A-3 por lá e quando acabar viriam para a Segunda Divisão. Estamos com o grupo pronto desde o início do ano", concluiu.




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