Setecidades Titulo Carnaval 2013
Do grito à fala, Camisa quer voltar ao topo
Por Andressa Dantas
Especial para o Diário
17/01/2013 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Cuidando dos detalhes finais para a Folia, uma equipe de dez pessoas finaliza as fantasias e organiza os ensaios para que nada saia errado no dia do desfile. A ansiedade é grande, afinal, eles sonham em retomar os grandes feitos do passado. Esse é o clima no barracão da Camisa Vermelha e Branca.

O enredo da agremiação lembra um dos processos vitais ao ser humano. Do Grito à Fala - A Hora e a Vez da Comunicação mostra a evolução dos meios de expressão desde a era primitiva.

Serão três carros alegóricos, três casais de mestre-sala e porta-bandeira, nove alas especiais - além das tradicionais alas das baianas e a bateria - para preencher a avenida no dia 10, às 3h.

"Teremos personagens diferentes neste ano. Será uma mistura de homens das cavernas, faraós, professores e até mesmo fantasias ligadas aos meios de comunicação atuais, como telefones e computadores", revelou a coordenadora do barracão, Tatiane da Silva, 24.

Entre as novidades prometidas pelos organizadores do desfile está uma ala formada por deficientes auditivos, proporcionando não apenas a inclusão social, mas também mostrando ao público um pouco do universo de quem precisa aprender uma maneira diferente para se comunicar com o mundo, atrás da Libras (Linguagem Brasileira de Sinais).

Para o presidente da escola, Marcelo Verçosa, a inclusão da ala é uma conquista. "É muito importante termos as portas abertas para todos. O motivo do enredo pedia a participação desse grupo e esperamos que nos próximos anos possamos agregar outros tipos de deficiência."

De acordo com Tatiane, após o rebaixamento da agremiação para o Grupo 2, em 2008, todos começaram a encarar os pontos fracos para minimizar o resultado negativo. "Agora o evento é pautado pela organização e não deixamos mais para a última hora os detalhes que podem ser avaliados e produzidos com antecedência. Todos aqui estão com muita vontade de vencer e acredito que isso é o combustível para chegarmos lá", disse Verçosa.

Os interessados em desfilar devem comparecer aos ensaios, que acontecem todas as segundas, quartas, quintas e sábados, às 19h. Ainda há vagas e fantasias para as alas especiais.

Para coordenadora, escola é como filho

Há 11 anos envolvida com a Camisa Vermelha e Branca e há quatro à frente da coordenação, Claudiane Lourentino dos Santos, 30, cuida da escola como se fosse seu terceiro filho.

"Aqui eu brigo, puxo a orelha, faço tudo o que precisar para que todos se empenhem. Queremos um desfile perfeito. Tenho dois filhos em casa e esse (a escola) é o terceiro. Exige tanta atenção como uma criança", brincou Claudiane.

Para a dona de casa, o envolvimento com a agremiação emociona. "Só quem está aqui no dia a dia é que sabe o quanto tudo isso é importante. Não troco isso por nada", garante.

Mãe de uma garota de 10 anos - que já desfila há sete e é destaque da ala infantil - e de um garoto de 11 meses, Claudiane confessa que os momentos mais difíceis de sua vida foram durante o período de licença-maternidade. "Sei que parece loucura, mas eu chorava sem parar no ano passado porque não podia estar aqui. Amo meus filhos, mas amo a energia que o samba tem nesse lugar."

O pensamento positivo da coordenadora da escola já está em ritmo de vitória. "Nos dedicamos muito neste ano e o que mais queremos é ver todo o nosso trabalho recompensado com um título."




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