A procura por atendimento nas unidades da Receita Federal no Grande ABC aumentou cerca de 70% no segundo dia de trabalho dos técnicos após a greve da categoria. A estimativa é do Sindireceita (Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal). O movimento de contribuintes nas agências do órgão da região superou o do dia anterior, que havia registrado crescimento de 50%. Nesta quarta-feira, o atendimento à população foi prejudicado pelo congestionamento do sistema de informática da Receita nas unidades de São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá.

De acordo com Hamilton Mathias, delegado regional do Sindireceita, o aumento de demanda ocorreu principalmente devido ao último dia de prazo para pagamento da quinta cota, sem multa, do Imposto de Renda de Pessoa Física. "Amanhã (nesta quinta), o movimento deve diminuir e dentro de 10 a 15 dias o atendimento poderá estar normalizado nas unidades da região. Já os serviços internos deverão estar em ordem em cerca de 20 dias", afirma.

Em São Bernardo, houve aumento de demanda de 60%. Antes de abrir o CAC (Centro de Atendimento ao Contribuinte), cerca de 150 pessoas estavam na fila da unidade. "Conseguimos atender todo mundo que chegou até 11h30 (a agência abre às 8h30)", afirmou Eduardo Tamasiro, chefe do CAC do município.

Na agência de Ribeirão Pires, a procura por atendimento dobrou. Na unidade de Mauá, foi 80% superior e na de São Caetano, 70%. Em Santo André, os servidores atenderam 50% a mais que nos dias normais.

Os técnicos voltaram ao trabalho na terça-feira, após seis semanas de paralisação de protesto contra a medida provisória 258 que criou a Receita Federal do Brasil. A chamada Super-Receita uniu a Receita Federal e a Secretaria da Receita Previdenciária. Os servidores continuam em negociação com o governo sobre a definição das funções e atribuições da categoria no texto da MP, além da unificação das carreiras de técnicos e auditores fiscais.