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Protesto por asfalto deixa moradores sem ônibus
Por Ana Carolina Negrão
Especial para o Diário
05/05/2006 | 07:39
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Os moradores do Jardim Maria Aparecida, em Mauá, estão há uma semana sem ônibus. No dia 27, uma comissão de seis moradores – revoltados com a falta de pavimentação das vias do bairro – fecharam a rua Betúnia, por onde passa a única linha de ônibus da região. Sofás, cordas e ameaças foram utilizados pelo grupo para impedir que carros e ônibus passem pelo local.

Na tarde de quinta-feira, uma reunião entre a associação de moradores e representantes da Secretaria de Serviços Urbanos parece ter levado a uma solução para o impasse. Por enquanto, as ruas de terra de todo o bairro receberão uma camada de cascalho, que será compactado ao solo, prometeu o setor da Prefeitura.

"Quando fizeram o bloqueio, disseram que enquanto a Prefeitura não fizesse a pavimentação das ruas, a passagem não seria liberada. Mas isso atrapalhou muito os moradores que vivem nas ruas de baixo, onde não passa nenhum ônibus. Fizemos um abaixo-assinado para trazer o ônibus de volta e recolhemos 200 assinaturas", explica o presidente da Associação Comunitária do Jardim Maria Aparecida, Elton Silva dos Santos, 27 anos.

Por se tratar de uma área de manancial, o bairro não pode receber asfalto convencional. Apenas quatro ruas possuem calçamento feito de blocos. "Essas ruas estão calçadas, mas não sei o porquê, se a rua principal está ainda na terra. Já nem perco tempo limpando a casa, de tanto pó que entra. Meus filhos sofrem muito com a poeira", reclama a moradora Cristiana Queiroz de Silveira, 27 anos.

Cristiana, desempregada que mora no local há seis anos, afirma que, além da poeira, a lama que desce da rua Betúnia, via íngreme do bairro, é outro problema enfrentado pelos moradores. "Não vai resolver nada colocar cascalho. Quando der a primeira chuva, vai ser tudo levado pela a enxurrada", sentencia.

Segundo Elton Santos, presidente da associação de moradores, a entidade não quer que a pavimentação das ruas sejam feitas com blocos. "Nossa luta é pelo asfaltamento ecológico. Os blocos não são tão eficientes, já que muitos saltam e exigem manutenção mais freqüente. Temos exemplos de ruas em Mauá que estão em área de manancial e têm asfalto", comenta.

Segundo o secretário de Serviços Urbanos de Mauá, Paulo Roberto de Souza, não há previsão para que seja feita pavimentação das ruas do Jardim Maria Aparecida. "Estamos colocando cascalho para proporcionar condições de tráfego, já que os moradores reclamam principalmente da poeira quando os carros passam. Além da recuperação da malha viária, a Prefeitura também colocará pontos de ônibus e lixeiras em toda a extensão da rua Betúnia. Todas as ruas que tiverem necessidade de manutenção serão atendidas", afirma.

A partir das 14h30 de sexta-feira, o itinerário da linha de ônibus 142 voltará a passar pelo bairro. (Supervisão de Adriana Gomes)




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