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Eleições mostram equilíbrio nacional entre PT e PSDB
01/11/2004 | 00:15
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O PSDB é o grande vitorioso do 2º turno das eleições municipais, com cinco capitais – São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Teresina e Cuiabá. O segundo lugar ficou com o PT, que elegeu os prefeito de três capitais – Vitória, Fortaleza e Porto Velho. Ao ganhar capitais expressivas, o PSDB estabelece um contraponto ao sucesso dos petistas no 1º turno, quando o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou seis capitais e os tucanos não venceram em nenhuma. O resultado reforça a polarização entre os dois partidos que serão os principais adversários na sucessão do presidente Lula em 2006.

PT e PSDB se confrontaram em dez cidades neste 2º turno, quatro delas capitais. Os tucanos venceram em três (São Paulo, Curitiba e Cuiabá), enquanto o PT elegeu o prefeito de Vitória. Nas outras seis cidades, o PT venceu: Cariacica (ES), Contagem (MG), Osasco (SP), Santo André (SP) e Diadema (SP), enquanto o PSDB foi o vitorioso apenas em Ponta Grossa (PR). Das 23 cidades em que disputou neste 2º turno, o PT venceu em 11 e o PSDB venceu em 8 das 20 cidades disputadas.

“O resultado mostra um equilíbrio de forças entre PT e PSDB. O eleitor distribuiu os votos para não criar uma única força hegemônica”, disse a cientista política Lúcia Hipólito, referindo-se a dois fatos: o governo federal é do PT do presidente Lula e o partido foi o grande vitorioso do 1º turno. Para ela, as eleições municipais funcionam como “freio de arrumação” do jogo político.

Neste 2º turno, o PT foi novamente o partido mais votado, recebendo 32,44% dos votos válidos; o PSDB repetiu o segundo lugar do turno anterior, com 30,11% dos votos válidos (apurados 94,62% dos votos até o fechamento desta edição). No 1º turno, os petistas tiveram 17,15% dos votos válidos, e o PSDB, 16,54%. Mas o campeão em número de prefeituras é o PMDB: elegeu 1.048 prefeitos, ou 14,96% dos eleitores.

Interior – O PSDB ganhou três das 11 cidades do Estado de São Paulo que estavam em disputa neste 2º turno: Piracicaba, Sorocaba e Ribeirão Preto, terra do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Em nenhuma dessas vitórias, o adversário era do PT, como ocorreu na capital. Em contrapartida, o PSDB sofreu cinco derrotas, três delas em confronto direto com o PT. No primeiro turno, o PSDB conquistou 192 prefeituras paulistas.

Projetos nacionais – A vitória de José Serra em São Paulo deflagra o projeto do PSDB de retomada do poder nacional em 2006. Os tucanos avaliam que o cenário econômico de 2005 poderá ser decisivo para definir suas chances de voltar ao Palácio do Planalto. Se for pouco promissor, os tucanos acham que uma candidatura encabeçada pelo governador Geraldo Alckmin se sobressairá.

Para cientistas políticos, como David Fleischer, o fracasso do PT no Rio Grande do Sul é o maior impacto negativo nessa votação. “O PT do Rio Grande do Sul, que tem uma legião de ministros derrotados em 2002, é o maior perdedor da eleição. Mais do que o PT de São Paulo com Marta Suplicy. Afinal, a prefeitura de Porto Alegre sempre foi a vitrine petista, com 16 anos de poder. E o Pont já foi prefeito da capital,” avalia.

No lugar da ala gaúcha, surge fortalecido o núcleo de Minas Gerais. O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, se reelegeu já no primeiro turno com grande margem de vantagem e se torna a mais forte estrela regional do PT, abrindo espaço para o núcleo mineiro ampliar espaço dentro do governo.




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