Política Titulo
Gravações comprometem tucana Yeda Crusius
09/08/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


Os diálogos entre o empresário Lair Ferst e o representante do governo gaúcho em Brasília, Marcelo Cavalcante, comprometem seriamente a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), nos casos das Operações Rodin, que apurou fraudes no Detran em licitações de obras públicas.

As gravações revelam que Yeda sabia de tudo o que estava acontecendo durante a sua campanha e também sobre a fraude de R$ 44 milhões no Detran gaúcho. Além disso, as conversas indicam que Yeda recebeu R$ 250 mil para completar o pagamento da casa que comprou por R$ 1 milhão, mas que no contrato consta a quantia de R$ 750 mil.

Esses R$ 250 mil, segundo Lair Ferst, saíram de um total de R$ 400 mil doados por duas empresas fumageiras de Santa Cruz do Sul, Alliance One e CTA, à campanha da governadora. No diálogo com Ferst, Marcelo Cavalcante comenta: "Aí eu fiquei responsável por definir quem ia arrumar o carro para ir lá buscar. Aí arrumei o carro e tudo mais. E aí colocamos o Alexandre Moreira, que é da mais alta confiança também, da campanha, né? E o Alexandre foi lá, eu acho que com o capitão Gustavo."

A coordenadora de comunicação da Alliance, Deise Kanitz, disse que a empresa realizou doação em um processo transparente, que não fere a política da organização. Um dos diretores da CTA, Allan Bichinho, negou o repasse.

Segundo Lair Ferst, Yeda contou a ele que o grupo do Detran lhe ofereceu propina de R$ 50 mil mensais, mas ela teria dito que não aceitaria porque achava pouco. Deu a entender que, se não aumentassem a oferta, acabaria com o esquema. Yeda sustenta que pagou R$ 750 mil e que o Ministério Público Estadual não encontrou irregularidades na negociação.

A ação civil anunciada por seis procuradores da República na quarta-feira lançou o governo de Yeda Crusius na sua maior crise política.

Também foram acusados o marido de Yeda, Carlos Crusius, sua assessora especial Walna Vilarins Meneses, o ex-secretário geral de governo Delson Martini, o presidente do Tribunal de Contas, João Luiz Vargas, o deputado federal José Otávio Germano (PP), os deputados estaduais Frederico Antunes (PP) e Luiz Fernando Zachia (PMDB) e o tesoureiro da campanha do PSDB em 2006, Rubens Bordini, de participação em irregularidades como "beneficiários, operadores ou intermediários.

Os advogados dos acusados tiveram acesso aos documentos e os estão estudando para, a partir de amanhã, se pronunciarem sobre o caso.

Logo depois do anúncio, os deputados aprovaram a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa para esclarecer as conexões políticas do caso. O Psol e FSPE reforçaram os pedidos de impeachment feitos à Assembleia.

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan (PT), autorizado pela juíza da 3ª Vara Federal de Santa Maria, Simone Barbisan Fortes, teve acesso ao conteúdo da ação civil pública de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal contra a governadora e outros oito demandados. Ele decidirá amanhã se fará a leitura das 1.238 páginas da petição inicial ou atribuirá a tarefa a um procurador da Assembleia.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;