Economia Titulo Trabalho
GM de São Caetano abre segundo PDV no ano
Por Tauana Marin
do Diário do Grande ABC
27/04/2013 | 07:17
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A GM (General Motors) abriu, no fim desta semana, PDV (Programa de Demissão Voluntária), na planta instalada em São Caetano, desta vez sem consentimento do sindicato da base. O plano está aberto para os funcionários dos setores de manufaturas, ferramentaria e PPO (área de engenharia experimental). Esta é a segunda vez neste ano que a companhia abre programa de demissão. "Não sabíamos da medida. Mas, temos ciência de que há uma meta a ser alcançada pela montadora e acredito que essas vagas não serão repostas", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.EMSegundo o dirigente sindical, enxugar o número de funcionários é reflexo da falta de novos projetos por parte da companhia estrangeira. "Com o valor do dólar menor, fica mais difícil para a montadora competir mundialmente", explica. "Temos responsabilidade sobre os 12,5 mil trabalhadores da fábrica de São Caetano. Vamos conversar com a montadora, além de tentarmos a todo custo impedir que os companheiros sofram qualquer tipo de pressão para aderirem o PDV", completa. O presidente do sindicato atesta que assim que soube do PDV convocou assembleia com os funcionários. "É preciso que eles denunciem qualquer tipo de pressão que possam sofrer. Muitos falam que a empresa acaba ‘convidando' alguns funcionários para aderir ao PDV. Isso não pode acontecer", destaca.Procurada pela equipe do Diário, a GM não quis se pronunciar sobre o assunto.EMNo fim de março, 78 pessoas aderiram ao PDV. Na ocasião, 52 postos foram preenchidos, segundo a direção do sindicato. No mesmo período, na unidade da montadora instalada em São José dos Campos, no Interior, houve a demissão de 598 trabalhadores. Esses colaboradores estavam em lay-off (contratos suspensos) e receberam em suas casas as cartas de demissão.Na quinta-feira, funcionários da fábrica de Gravataí, no Rio Grande do Sul,protestaram nas ruas devido aos salários inferiores em relação aos recebidos em outros Estados. A diferença entre os pisos salariais chega a 70%. Atualmente, os metalúrgicos que atuam em Gravataí têm piso salarial de R$ 1.022, enquanto em São José dos Campos, o valor é de R$ 1.712.
HISTÓRICO - Os desligamentos de funcionários nas plantas da GM não são de hoje. Em 2012, o Ministério da Fazenda convocou a direção da empresa e também a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) para explicar, em Brasília, as demissões em sua fábrica em São José dos Campos. O governo federal manteve o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido para os carros até o fim do ano, mas condicionou o incentivo fiscal à manutenção do nível de empregos no setor./CWNa época, a GM argumentou que o compromisso era com a manutenção do nível de emprego e que vem contratando em São Caetano, em Gravataí e para a futura fábrica de motores de Joinville, em Santa Catarina. Na planta do Grande ABC, admitiu cerca de 2.000 pessoas para a criação do terceiro turno no ano passado.




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