A vacina é importante para nos proteger de doenças, como meningite e tuberculose. A maioria tem de ser tomada na infância por meio de injeção, pois muitas infecções ocorrem nessa fase. Além disso, em alguns casos, a proteção funciona melhor no organismo da criança do que no do adulto.

A tarefa é estimular os linfócitos (células de defesa) a produzirem anticorpos, que combatem agentes causadores de determinadas doenças. Quando alguém vacinado entra em contato com o vírus ou bactéria, as células de proteção logo são fabricadas em grande quantidade para combater a infecção.

Há dois tipos principais de vacinas. A atenuada contém organismos vivos causadores da enfermidades. Passam por mutação no laboratório para que fiquem fracos. Desse modo, mantêm as características, mas são incapazes de provocar a doença em pessoas saudáveis. Esse tipo de vacina tem resultado duradouro e, em geral, precisa ser tomada em menos doses. Combatem, por exemplo, o sarampo, caxumba, rubéola e febre amarela.

As chamadas inativadas são feitas com partes de organismos que não estão mais vivos, como proteínas capazes de induzir a produção de anticorpos sem causar a doença. Em algum casos, podem exigir várias doses. Entre as principais vacinas estão as contra hepatite A e B, raiva, meningite, cólera e febre tifoide.

Atualmente, só as vacinas que combatem poliomielite (paralisia infantil) e rotavírus (infecção que causa diarreia) são tomadas por meio de gotinhas.

Primeira imunização foi contra a varíola

O britânico Edward Jenner foi o criador da primeira vacina, no fim do século 18. Ele observou que as mulheres que ordenhavam vacas com feridas de varíola pegavam forma leve da doença, comum na época. Ele recolheu o líquido que saía dos machucados e o passou em arranhões no braço de um menino.

O garoto teve um pouco de febre, lesões leves e se recuperou logo. Depois, o cientista recolheu líquido da ferida de outro paciente com varíola e, novamente, passou no menino. Semanas depois, o menino não adoeceu. Então, Jenner descobriu que, quando o organismo da pessoa entrava em contato com um vírus mais fraco, produzia proteção para combatê-lo. Essa defesa permanece no corpo para o caso de a doença voltar. A palavra vacina vem de vaca, em latim.

A partir daí, outros testes foram feitos e novas vacinas criadas. Hoje, há mais de 50 no mundo. O Instituto Butantan, em São Paulo, é um dos maiores produtores da América Latina. Atualmente, estuda o desenvolvimento de imunização contra a dengue.

Saiba mais

Até os 10 anos tem de tomar 19 vacinas. Entre as primeiras estão a que protege da hepatite B e a BCG (contra tuberculose).

Tomamos injeção a vida toda. Entre 11 e 19 anos, há dez vacinas necessárias, segundo o calendário de vacinação.

Na fase adulta, há doses de reforço de vacinas. Idosos as tomam com indicações específicas, como contra a gripe.

Dá para acessar o calendário de vacinação no site da Associação Brasileira de Imunizações (www.sbim.org.br).

Gabriela Cristina Góes de Melo, 10 anos, de Santo André, tinha receio de ser vacinada quando, certo dia, foi ao Posto de Saúde. Na ocasião, a menina tomou apenas gotinhas. “Quando vi que não doía, fiquei tranquila.” No entanto, ela já sabe que terá de levar injeção da próxima vez. “Dá medo de ficar dolorido, mas é importante para se proteger das doenças”, afirma Gabriela, que tem a carteira de vacinação em dia.

Consultoria de Eliane Matos dos Santos, pediatra e analista de pesquisa da Fiocruz, Isabella Ballalai, pediatra e presidente da Associação Brasileira de Imunizações regional Rio de Janeiro, e Munir Akar Ayub, professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC.