Economia Titulo Consumo
Falta água nas distribuidoras da região

Calor leva mais consumidores aos comércios,
que estimam vendas até 100% maiores

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
08/02/2014 | 07:07
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Claudinei Plaza/DGABC


As altas temperaturas registradas neste verão estão levando demanda maior aos distribuidores de água. Em alguns estabelecimentos do Grande ABC faltam galões de água mineral para serem comercializados.

A dona de casa e moradora da Vila Palmares, em Santo André, Maria José de Lima relata que há dois meses sofre com constantes faltas de água em casa. Nesta semana, inclusive, teve dificuldade para encontrar galão de 20 litros. “Além de eu estar com a roupa acumulada para lavar, está difícil de conseguir comprar água mineral. Onde eu costumo comprar eles fizeram uma reserva e venderam, apenas aos clientes mais antigos, uma unidade para cada”, disse.

Conforme explica o proprietário da Distribuidora de Água Mineral Edi-J, Ronaldo Florenço Sobral, localizada no mesmo bairro, a alta procura faz com que o estoque não dê conta. “Tenho essa loja há dez anos e nunca vendi tanta água como agora. O problema é que as pessoas querem estocar, por receio de racionamento. Ontem (quinta-feira) mesmo eu fiquei sem água para vender”, explicou.

Esse problema não ocorre somente em Santo André. Conforme a reportagem do Diário apurou, de nove estabelecimentos entre Santo André, São Bernardo, Mauá e Diadema, quatro registraram falta do produto.

“Desde o início do ano, já ficamos três vezes sem receber galões. Quando há o produto, no entanto, vendemos 40% a mais. Espero que continue assim”, declarou o gerente da distribuidora NSC Água, de São Bernardo, Guilherme Henrique Jabour.

ALTA NAS VENDAS - Apesar da dificuldade, os estabelecimentos comerciais comemoram. A estimativa é que as vendas estejam até 100% maiores em comparação ao verão do ano anterior, quando choveu bastante, o que ajudou a amenizar as temperaturas.

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), janeiro foi o mais quente dos últimos 70 anos na região. E fevereiro não deixou por menos. Ontem, os termômetros alcançaram 36,4ºC no quinto dia mais quente dos últimos 81 anos.

O proprietário da Patrimônio Distribuidora de Água, em Santo André, Humberto Celestino Macedo, foi um dos que dobraram as vendas. “Nos últimos seis anos que eu estou no ramo, nunca vi algo assim.”

Para o gerente da Distribuidora Iguaçu, de São Caetano, Paulo Rogério de Almeida, não são vendidos tantos galões desde o racionamento e a crise do apagão entre 2001 e 2002. “Naquela época houve um calor parecido com esse, além do medo das pessoas de faltar água. Mas este início de ano já está superando em 10% todos os verões anteriores.”

A Rica Água, em Mauá, que está vendendo 50% a mais do que nos últimos verões, também está rindo à toa. “Nós vendemos bastante em 2012, quando faltou água aqui em Mauá por causa do rompimento de uma adutora no Zaíra, porém, o movimento não superou esse período. Para se ter ideia, recebi hoje (ontem) 200 galões e, agora (17h), só tenho 50”, disse o assistente administrativo Kelvin Ketler.
 




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