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Casas Bahia
tem vagas para
aposentados

Hoje, existem 60 funcionários de 55 a 73 anos; com
trabalho, ex-publicitária vai ao teatro e compra livros

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
01/07/2013 | 07:16
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Divulgação


Na corrida contra a desvalorização da aposentadoria, e na tentativa de manter o padrão de vida dos tempos da ativa, a publicitária aposentada Marlinda de Mello, 63 anos, que trabalhou em grandes empresas como Abril e Globo, há cinco meses administra as reclamações recebidas por meio do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da Casas Bahia.

Ela atua como operadora de telemarketing na unidade de São Caetano do CB Contact Center (há outra na Capital), que faz parte da Via Varejo, administradora das marcas Casas Bahia e Pontofrio.

Quando se aposentou, em 1998, Marlinda recebia o equivalente a R$ 4.000. Hoje, seu benefício não alcança cinco salários-mínimos (R$ 3.390). Isso acontece também pelo fato de o governo corrigir de modo diferente o piso (salário-mínimo) e aposentadorias acima dele. O menor valor é reajustado pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais o PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos atrás. Quantias maiores recebem somente a reposição da inflação, sem ganho real. Para se ter ideia da diferença, no ano passado o piso foi corrigido em 9% e, valores acima dele, em 6,2%.

Para bancar os gastos com a saúde e comprar medicamentos, além de manter o acesso à cultura, Marlinda precisou seguir no mercado de trabalho. No entanto, pelo fato de não encontrar mais espaço na área em que atuou durante toda sua vida profissional, buscou oportunidade no call center. “Preciso ter dinheiro para comprar livros, ir ao teatro e ao cinema”, diz. “E hoje eu tenho mais qualidade de vida, pois, devido a esse trabalho, percebi que tenho deficit de atenção e fui em busca de tratamento. Tudo ficou melhor.” Para ela, o ponto alto do emprego é o convênio médico. O salário pago pelo cargo, conforme o piso, da categoria varia de R$ 678 a R$ 700.

A publicitária aposentada cursa o terceiro ano de Artes Plásticas na Universidade de São Paulo pela manhã e, à tarde, trabalha pelo turno de seis horas. Ela atende clientes que não recebem mercadorias ou que têm produtos com problema, por exemplo. “É um desafio, pois lidamos com a tecnologia do computador, mas os mais novos sempre ajudam. E o tempo de trabalho é curto. Passa rápido.”

OPORTUNIDADE - Atualmente trabalham no CB Contact Center cerca de 60 pessoas com idade que varia de 55 a 73 anos – o montante equivale a cerca de 3% do total de funcionários, que chega a 2.300. E existem vagas abertas para atuar na função. Para se candidatar, basta acessar o site www.cbcontactcenter.com.br e enviar o currículo. Quem não tiver acesso à internet pode deixar uma versão impressa na própria empresa, situada à Avenida João Pessoa, 83.

Conforme explica a gerente geral do CB Marilza Lima, profissionais dessa idade podem ajudar bastante no SAC, seja atendendo pelo telefone, pela web ou por e-mail. “Eles têm mais empatia e paciência para conduzir o atendimento. Temos um senhor de 72 anos que trabalha na unidade do Bom Retiro que responde a 130 e-mails por dia”, destaca. “Sem contar que eles levam a vivência com a tecnologia para casa.”
 




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